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2004-03-13

Massa

A apostilha (palavra portuguesa para post segundo o Dicionario da Porto Editora) de ontem perdeu prioridade quando confrontada com um macheroni bolognese gratinado com vista sobre o Douro num plano elevado, o sol de inverno forte que invadia as janelas do restaurante obrigava ao almoço com óculos de sol, coisa que não aprecio, gosto de ver as coisas como elas são realmente sem filtros, com filtro só o Lucky Strike que o inesperado do convite me impediu de dispôr na hora, de qualquer forma o pouco tempo disponível dispensava-o. A carne picada do bolognese não me convenceu, mas o queijo derretido e ligeiramente gratinado que abafava o macheroni estava divino, contrariamente ao mozarella que normalmente trago do supermercado que, gosto nem vê-lo, apenas deixa o efeito de queijo derretido, o prato foi acompanhado por SB fresquinha como convêm.
A Cria pela sua mãe foi na Lasagna, que estaria boa, pelo menos o prato ficou limpinho, aliás tal como o meu, mas como sempre veio só a dose da Cria esqueceram-se que a mãe também come, como quase perdi a esperança de encontrar uma de dimensões aceitáveis para um estômago normal, tive de aprender a fazer o Bechamel, e de quando em quando, lá fazemos um tabuleiro de forno para saciarmos os nossos normais apetites.
A sobremesa foi a cereja em cima do bolo, comia com os olhos, à primeira vista, quando a vi passar no carrinho junto com as amigas para ser seleccionada pelos colegas da mesa do lado, eles escolheram o que me pareceu tarte de framboesa, eu não, foi só apontá-la ao empregado quando chegou a hora, aquela ali, no canto do tabuleiro , nem lhe cheguei a saber o nome, era uma fatia de uma espécie de tarte sobre o comprido, tinha uma base fina de massa folhada rematada nas extremidades com o que me pareceram ser profiteroles recheados com um creme que seria de ovo, entre eles repousava outro creme que seria à base de chantily com uns pedaços minúsculos de fruta que lhe enriqueciam o paladar quase sempre enjoativo, quando em muita quantidade, era rematada em cima por placas finíssimas de chocolate ondulado, e polvilhada com açúcar em pó, servida fria e não exageradamente doce, era daquelas sobremesas que se comem devagarinho tentando evitar que chegue o último pedaço.
O epílogo da refeição foi o costumeiro café, que não o seria como já foi dito, se fosse Sábado, se estivesse o mesmo sol, se as crias ficassem na avó, se as SBs tivessem sido duas em vez de uma, se os cafés tivessem sido dois seguidos pelos inevitáveis Golpes de Sorte, enfim se o tempo fosse nosso escravo e não o contrário.

O restaurante chama-se Lancelot fica no primeiro andar das galerias dos prédios novos à ponte da Arrábida vale pelo todo, vistas incluídas, quanto ao preço, acho sempre muito o que pedem por um prato que, sendo neste caso macheroni bolognese, não deixa de ser massa , o serviço é “La Finesse” mas não em exagero.

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