2004-04-01
Ouriços Vs Raposas
Pushkin
Alexsandr Sergueievitch Pushkin é conhecido como um dos maiores poetas russos, não só por sua obra, mas também por sua vida conturbada, curta e intensa.
Pushkin nasceu no dia 26 de maio (pelo calendário Juliano, usado na Rússia Imperial), ou 6 de junho (pelo Gregoriano), do ano de 1799, filho de um major reformado, da baixa nobreza russa. Aos 12 anos entrou no Liceu Imperial, permanecendo até 1818. Foi lá que tomou contato com as idéias "proibidas" da Revolução Francesa, pois se o rigoroso inverno e o Exército Russo haviam derrotado Napoleão em 1812, os pensamentos de liberdade e igualdade não reconhecem fronteiras ou campos de batalha.
Por causa de seu envolvimento com velhos colegas do Liceu, que pregavam a derrubada do Governo, Pushkin viveu de degredo em degredo, abandonando a capital São Petersburgo e a sua vida boêmia. Entre 1820 e 1824, ele ficou em Ekaterinoslav, sul da Rússia, tomando contato com uma natureza exuberante e com a realidade dos camponeses. Ali estava a "alma russa".
Por influência de um amigo, filho de um herói de guerra, consegue viajar pelo Cáucaso e Criméia. Encontra cossacos do Don, tchumakos, montanheses do Cáucaso. Deslocado para Kishinev, conhece outros povos: moldavios, gregos e eslavos balcânicos, a maioria fugindo da opressão turca. É nesse período que ele começa a escrever uma de suas principais obras, e talvez a mais conhecida: o romance em versos, "Eugênio Onéguin".
Nova transferência, dessa vez para Odessa, para tratamento com banhos de mar, mostram a fragilidade de sua saúde. Seu sustento é decorrente do trabalho como funcionário de baixo escalão do Governo, ligado ao militar que governasse a região onde se encontrasse. Escreve então o poema épico "Boris Godunov", além de uma infinidade de poemas menores.
Entre aqueles velhos amigos havia alguns "dezembristas", membros de uma fracassada tentativa de insurreição contra o Governo (14 de dezembro de 1825), com os quais foram encontrados escritos revolucionários de Pushkin, como a de "Liberdade". Chamado diretamente a Moscou, encontra-se com o Czar Nicolai, que se encanta com a argúcia do jovem e decide perdoá-lo, mas se torna seu censor pessoal. Tudo que o poeta escrevesse deveria ser levado primeiramente ao Czar.
Pushkin decide mudar-se para a sua querida São Petersburgo, tentando formar família. Escolhe, como sua consorte, à Natália Gontcharova, filha de um falido fabricante de papel, Gontcharov, cujas marcas d'água eram bem conhecidas do poeta. Com uma resposta dúbia por parte da família da noiva, em 1829, ele se engaja no Exército Russo e vai combater os turcos no Cáucaso. Mesmo na frente de batalha ele continua com suas idéias "revolucionárias", voltando a ter contato com alguns colegas do Liceu, que haviam trocado o degredo pelo combate como soldados. O Czar, após a tomada da fortaleza de Erzerúm, manda que Pushkin se retire do combate.
Na volta a São Petersburgo, Pushkin torna a fazer a corte à jovem Natália, além de herdar a propriedade de sua família, próximo a Bóldino. Por causa de um surto de cólera foi proibido de se encontrar com a noiva em Moscou. Diversas zonas de quarentena, no entanto, não acabaram com a comunicação entre eles; suas cartas chegavam ao destino, furadas e fumigadas pelas autoridades sanitárias. Nesse período escreveu "O Coveiro", "O Vigilante da Estação", "Princesinha Aldeã", o oitavo, nono e décimo capítulos de "Eugênio Onéguin" e a "Viagem de Onéguin", "A Casinha de Kolomna", "O Tiro", "Tempestade", "O Cavaleiro Avarento", "Mozart e Salieri", "História da Aldeia Goriúchino", "O Visitante de Pedra", "Festa no Meio da Peste", além de muitas outras obras.
Casou-se com Natália em 1831, mas como sua esposa se mostrasse uma grande gastadora, teve de hipotecar sua propriedade, entrando novamente no serviço público, trabalhando nos arquivos da história de Pedro I, o Grande. Dedica-se à prosa, economicamente mais viável, criando obras-primas como "A Dama de Paus" e "O Cavaleiro de Bronze".
A Sra. Pushkin passou a freqüentar a Corte em São Petersburgo e, com seu jeito alegre, sua vontade de dançar e sua risada alta e contagiante, atraiu a atenção de alguns admiradores, entre eles, o Barão Dantés, um oficial estrangeiro da Cavalaria. Os desafetos de Pushkin lhe mandavam escritos com ofensas a sua honra e a de sua esposa, o que levou o poeta a desafiar Dantés. Para escapar ao duelo, o barão casou-se com a irmã mais velha de Natália, mas nem isso dissuadiu Pushkin: o duelo seria às 16:30 horas do dia 27 de janeiro de 1837, na Ponte Troitzki. O estrangeiro se mostrou desleal e atirou em Pushkin pelas costas, antes da distância estabelecida. Mesmo ferido o russo atirou no oponente, que segundo suas testemunhas "foi salvo por um botão do uniforme", enquanto outros falam de uma couraça, que teria vindo de Berlim.
Pushkin sofreria até o dia 10 de fevereiro. Morria o poeta cercado de seus amigos, da esposa e de admiradores. Ele tinha, então, 37 anos.
A vida de Pushkin, por si só, já é um drama romântico, tipicamente russo: denso, realista e apaixonado.
Fonte
Pushkin
Alexsandr Sergueievitch Pushkin é conhecido como um dos maiores poetas russos, não só por sua obra, mas também por sua vida conturbada, curta e intensa.
Pushkin nasceu no dia 26 de maio (pelo calendário Juliano, usado na Rússia Imperial), ou 6 de junho (pelo Gregoriano), do ano de 1799, filho de um major reformado, da baixa nobreza russa. Aos 12 anos entrou no Liceu Imperial, permanecendo até 1818. Foi lá que tomou contato com as idéias "proibidas" da Revolução Francesa, pois se o rigoroso inverno e o Exército Russo haviam derrotado Napoleão em 1812, os pensamentos de liberdade e igualdade não reconhecem fronteiras ou campos de batalha.
Por causa de seu envolvimento com velhos colegas do Liceu, que pregavam a derrubada do Governo, Pushkin viveu de degredo em degredo, abandonando a capital São Petersburgo e a sua vida boêmia. Entre 1820 e 1824, ele ficou em Ekaterinoslav, sul da Rússia, tomando contato com uma natureza exuberante e com a realidade dos camponeses. Ali estava a "alma russa".
Por influência de um amigo, filho de um herói de guerra, consegue viajar pelo Cáucaso e Criméia. Encontra cossacos do Don, tchumakos, montanheses do Cáucaso. Deslocado para Kishinev, conhece outros povos: moldavios, gregos e eslavos balcânicos, a maioria fugindo da opressão turca. É nesse período que ele começa a escrever uma de suas principais obras, e talvez a mais conhecida: o romance em versos, "Eugênio Onéguin".
Nova transferência, dessa vez para Odessa, para tratamento com banhos de mar, mostram a fragilidade de sua saúde. Seu sustento é decorrente do trabalho como funcionário de baixo escalão do Governo, ligado ao militar que governasse a região onde se encontrasse. Escreve então o poema épico "Boris Godunov", além de uma infinidade de poemas menores.
Entre aqueles velhos amigos havia alguns "dezembristas", membros de uma fracassada tentativa de insurreição contra o Governo (14 de dezembro de 1825), com os quais foram encontrados escritos revolucionários de Pushkin, como a de "Liberdade". Chamado diretamente a Moscou, encontra-se com o Czar Nicolai, que se encanta com a argúcia do jovem e decide perdoá-lo, mas se torna seu censor pessoal. Tudo que o poeta escrevesse deveria ser levado primeiramente ao Czar.
Pushkin decide mudar-se para a sua querida São Petersburgo, tentando formar família. Escolhe, como sua consorte, à Natália Gontcharova, filha de um falido fabricante de papel, Gontcharov, cujas marcas d'água eram bem conhecidas do poeta. Com uma resposta dúbia por parte da família da noiva, em 1829, ele se engaja no Exército Russo e vai combater os turcos no Cáucaso. Mesmo na frente de batalha ele continua com suas idéias "revolucionárias", voltando a ter contato com alguns colegas do Liceu, que haviam trocado o degredo pelo combate como soldados. O Czar, após a tomada da fortaleza de Erzerúm, manda que Pushkin se retire do combate.
Na volta a São Petersburgo, Pushkin torna a fazer a corte à jovem Natália, além de herdar a propriedade de sua família, próximo a Bóldino. Por causa de um surto de cólera foi proibido de se encontrar com a noiva em Moscou. Diversas zonas de quarentena, no entanto, não acabaram com a comunicação entre eles; suas cartas chegavam ao destino, furadas e fumigadas pelas autoridades sanitárias. Nesse período escreveu "O Coveiro", "O Vigilante da Estação", "Princesinha Aldeã", o oitavo, nono e décimo capítulos de "Eugênio Onéguin" e a "Viagem de Onéguin", "A Casinha de Kolomna", "O Tiro", "Tempestade", "O Cavaleiro Avarento", "Mozart e Salieri", "História da Aldeia Goriúchino", "O Visitante de Pedra", "Festa no Meio da Peste", além de muitas outras obras.
Casou-se com Natália em 1831, mas como sua esposa se mostrasse uma grande gastadora, teve de hipotecar sua propriedade, entrando novamente no serviço público, trabalhando nos arquivos da história de Pedro I, o Grande. Dedica-se à prosa, economicamente mais viável, criando obras-primas como "A Dama de Paus" e "O Cavaleiro de Bronze".
A Sra. Pushkin passou a freqüentar a Corte em São Petersburgo e, com seu jeito alegre, sua vontade de dançar e sua risada alta e contagiante, atraiu a atenção de alguns admiradores, entre eles, o Barão Dantés, um oficial estrangeiro da Cavalaria. Os desafetos de Pushkin lhe mandavam escritos com ofensas a sua honra e a de sua esposa, o que levou o poeta a desafiar Dantés. Para escapar ao duelo, o barão casou-se com a irmã mais velha de Natália, mas nem isso dissuadiu Pushkin: o duelo seria às 16:30 horas do dia 27 de janeiro de 1837, na Ponte Troitzki. O estrangeiro se mostrou desleal e atirou em Pushkin pelas costas, antes da distância estabelecida. Mesmo ferido o russo atirou no oponente, que segundo suas testemunhas "foi salvo por um botão do uniforme", enquanto outros falam de uma couraça, que teria vindo de Berlim.
Pushkin sofreria até o dia 10 de fevereiro. Morria o poeta cercado de seus amigos, da esposa e de admiradores. Ele tinha, então, 37 anos.
A vida de Pushkin, por si só, já é um drama romântico, tipicamente russo: denso, realista e apaixonado.
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