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2004-05-03

Faltam 69 dias

1,3 Kg peso da Cria,
29 semanas de gestação,
69 Kg de peso da mãe,
11 de Julho, data de nascimento prevista

Dados obtidos na consulta da passada Quinta-feira, tudo o resto normalíssimo.

Mede aproximadamente 26 cm da cabeça às ancas e quase 43 cm contando o comprimento das pernas.
A Cria começa a preparar-se para nascer. Se nascesse prematuramente teria muitas probabilidades de sobreviver. Mesmo tendo algumas dificuldades respiratórias e na regulação da temperatura corporal, os cuidados neonatais modernos ajudá-la-iam a ultrapassá-las.

Agora é só engordar, dois meses para aumentar cerca de dois quilos, isto, se nascer com o peso aproximado ao dos manos .
Nesta fase tem estado com bastante actividade, sendo visíveis de fora as pressões que exerce de dentro sobre a barriga.

A Cria ainda não tem nome, e, tal como sucedeu com as outras Crias, quase até ao fim da gravidez, o pai e a mãe ainda não chegaram a um consenso.





JKOJJNN N

NNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN
NNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNBBBBBBBBBBBBBBBNNNNNNNNNNNNNNNNNN

(humilde participação da mana no blogue, durante um momento breve em que me ausentei, traduzido deve dizer qualquer coisa como, o meu pai é um chato do C..., em vez de bricar comigo, senta-se aqui a escrever baboseiras)







“O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já se não crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria.
Os serviços públicos vão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo!
[...] O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.”

(Eça de Queirós – Uma campanha alegre – Public.Europa-América 1987)

É espantoso, mas passaram-se cerca de 130 anos desde que este texto foi escrito, e no entanto, ele é aplicável sem se mexer numa virgula que seja, aos dias de hoje. Lendo melhor, substituiria apenas classe média por classe média-alta.
Perante isto, o que se pode dizer é que não F... nem saimos de cima, estamos sempre no mesmo, abençoado de quem tem o telemóvel do nosso Major, um padrinho ás direitas que quebra qualquer galho .


Quanto ao Eça, fomos no Sábado anterior a este de passagem, com o Compadre, visitá-lo á sua última morada, em Santa Cruz do Douro, onde descansa em paz junto dos seus, como reza a sóbria lage de granito que cobre o jazigo térreo. Num cemitério pequeno como aquele e depois de quase o percorrermos todo tivemos que perguntar para o encontrar, pacoviamente esperávamos encontrá-lo no Jazigo mais sumptuoso do cemitério.




Casa de Tormes - Santa Cruz do Douro, Baião, herdada pela esposa, Emília de Castro, em 1892
«- Mas tu sabes, meu bom Jacinto, que a casa de Tormes está inabitável...
Ele cravou em mim os olhos aterrados.
- Medonha, hem?
- Medonha, medonha, não...
É uma bela casa de bela pedra. Mas os caseiros, que lá vivem há trinta anos, dormem em catres, comem o caldo à lareira, e usam as salas para secar o milho.»
«A Cidade e as Serras»
Fonte.


A Quinta do Compadre

O que nos levou para aquelas bandas, foi o laranjal do Compadre que é a dois passos, e que, precisava de um desbaste, lá fizemos o sacrifício. O almoço, um cozido à portuguesa como se come em poucos sítios teve o alto patrocínio do Compadre. Aproveitámos para mostrar aos manos que, as laranjas nascem em árvores, resultou a lição, no dia seguinte já nos Jardins do Palácio de Cristal o D matraqueou-nos com perguntas sobre que fruta era aquela que nascia em toda a árvore por que passava. O tempo colaborou, o que tornou o dia perfeito.
Ainda um quadro que retivemos, dois turistas, com a sua auto-caravana, sentados relaxadamente num miradouro com uma vista esplêndida sobre vale do Douro e Caldas de Aregos ao fundo na outra margem, degustavam requintadamente um cálice de Porto, sem pressa, ali estavam eles a saborear o Douro em todas as suas dimensões.






Sonhar acordado

Nós já combinámos, e se até lá a vida não nos pregar nenhuma rasteira, vamos já começar a fazer PPR, e lá para os cinquenta e cinco dámos a vaga profissionalmente e fazemos como os passarinhos, saímos em Maio e voltámos em Outubro . E hão-de ser só cálices de Porto por esse mundo fora.



Aproveitando a deixa da honestidade dos homens públicos

No meio do barulho que se gerou entre o Primeiro-Ministro e F.Louçã acerca da privatização da Galp, parece-me que na poeira gerada pelo orgulho supostamente ferido de Durão Barroso, ficámos na mesma, quanto a saber se a direcção da CGD tem autonomia para tomar a decisão de financiar a empresa Carlyle, um dos concorrentes no processo, ou se é necessário o aval do Governo.
De qualquer forma, cheira a pito, digo a apito, quando se sabe que o ex-ministro Martins da Cruz (alguém com experiência em esquemas de tráfico de influências) é o responsável pela operação em Portugal, e que a empresa terá como accionista a família Bush.



Pela Reforma

Título da Crónica de Carlos Encarnação no JN de Sábado (01/05), a reforma a que se referia era a da administração pública, diagnosticava ele que o sistema tal como está (não descriminatório) caminha para o seu enquistamento, e como tal o caminho a seguir seria,

“...a avaliação do desempenho deve ser instaurada, ... a gestão por objectivos deve empreender-se, que o prémio ao mérito deve existir”

Este tipo de discurso, cada vez mais frequente, se em teoria colhe a unanimidade das opiniões, penso que na prática pode levar a desvios aos quais convém estar atento.
O prémio ao mérito assenta, na minha opinião, no mecanismo da cenoura e do burro, para o burro andar mais depressa, põe-se-lhe a dita cuja à frente, o mesmo indivíduo se tiver prémio trabalha de uma forma e se não tiver trabalha de outra, isto parece-me tudo menos mérito, se um trabalha e se outro só trabalha com prémio, o mérito devia ser para o que age de boa fé e não espera a cenoura, devia era ter-se como pressuposto que o funcionário dá sempre o seu melhor e cumpre o contrato que assinou.
É preciso inquietá-los dizia há tempos Belmiro de Azevedo num programa televisivo referindo-se aos funcionários públicos, traduzido, o inquietá-los significa torná-los dóceis, garantir que, através da precaridade da situação ele abane sempre com as orelhas, é aqui que entra o salário com uma componente variável significativa, estará enganado quem pensa que vai auferir maior vencimento com os prémios, o esquema consiste em tornar variável uma parte substancial do vencimento e associá-la ao cumprimento dos objectivos, como serão fixados os objectivos ? de forma a que possam ser executados dentro das horas normais de trabalho ?

Penso que cabe aos sindicatos munirem-se de argumentos técnicos de peso para este combate, porque partem em clara desvantagem, face á desinformação constante a que é sujeita a opinião pública a respeito do funcionalismo público, por parte dos interessados em flexibilizar a todo custo, sem ter em conta os custos sociais associados.


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