2004-07-15
Quando
Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta.
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Dia do mar (1947)
Apesar da reverência com que sempre ouvi falar dela, talvez pela aparente simplicidade das palavras e sobretudo por ignorância, nunca lhe dei atenção. Nesta fase de luto recente pela sua morte ao ouvir ler alguns poemas de memória por parte de alguns que foram chamados a dar o seu testemunho, a curiosidade ficou avivada. Este foi lido pelo MST na cerimónia fúnebre, ele sim, sempre alguém que leio com renovado prazer e atenção desde há muitos anos.
Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar,
E como hoje igualmente hão-de bailar
As quatro estações à minha porta.
Outros em Abril passarão no pomar
Em que eu tantas vezes passei,
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo brilho a mesma festa,
Será o mesmo jardim à minha porta.
E os cabelos doirados da floresta,
Como se eu não estivesse morta.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Dia do mar (1947)
Apesar da reverência com que sempre ouvi falar dela, talvez pela aparente simplicidade das palavras e sobretudo por ignorância, nunca lhe dei atenção. Nesta fase de luto recente pela sua morte ao ouvir ler alguns poemas de memória por parte de alguns que foram chamados a dar o seu testemunho, a curiosidade ficou avivada. Este foi lido pelo MST na cerimónia fúnebre, ele sim, sempre alguém que leio com renovado prazer e atenção desde há muitos anos.
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