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2004-08-20

Um ciclo vicioso

E difícil de quebrar, o do predomínio do futebol nos jornais desportivos.
Isto vem a propósito das manchetes dos jornais desportivos que se podiam encontrar nas bancas no Domingo, numa incursão madrugadora à baixa, aproveitando a inactividade das crianças que ainda dormiam e o sossego das manhãs de Domingo. Na Praça da Liberdade vagueavam já os primeiros turistas, típicos, aos pares ele e ela, ele de mochila e guia na mão ambos vestidos com roupas leves eles de calções elas de mini-saia ou também calções, o calçado confortável e o andar de cabeça levantada, espanhol e italiano era o que se podia ouvir, as floristas, poucas para o costume lançavam o habitual – Quer alguma coisinha ? a quem passava, eu, quis um molho de rosas vermelhas para a tia/madrinha que fazia anos .
Voltando aos jornais, espreitei então os títulos dos desportivos à procura de alguma medalha olímpica que me tivesse escapado, para minha surpresa os títulos que dominavam as manchetes aludiam à vitória da véspera, num jogo a feijões, do Benfica sobre o Estoril, notícias sobre outras medalhas não havia, nenhuma tinha passado despercebida, e a de prata obtida pelo ciclista Sérgio Paulinho, era remetida para minúsculos apontamentos marginais nas primeiras páginas.
O ciclo pode descrever-se da seguinte forma, os jornais que não são, como diria um colega, nenhumas misericórdias, focam a sua atenção numa fonte segura de vendas de papel - o futebol -, eclipsando todas as outras modalidades que são renegadas para notas de pé de página, desta forma as pessoas não tendo notícias de outros desportos centram a sua atenção quase em exclusivo no futebol.
Parafraseando o anúncio, - Eu ainda sou do tempo em que se conheciam de cor quase todos os desportistas de topo das várias modalidades, desde o hóquei à natação passando pelo andebol, basquete, ténis, etc.
Uma forma de atenuar seria o poder político aparecer também junto destas modalidades, que, levando os media atrás dariam seguramente visibilidade acrescida, outra seriam os meios de comunicação públicos, enquanto ainda existem, não responderem às motivações da mão invisível, e contrabalançarem o fenómeno dando espaço de antena para as modalidades menos focadas aparecerem, resta ainda a dinamização de uma vez por todas do desporto escolar. Isto tendo em consideração que socialmente é, por muitas razões, importante a prática desportiva pela população em geral.

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