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2005-07-15

Efectivamente

Há alguns anos (quase vinte??) por alturas do Natal pediram-me um favor, queriam dar uma prenda a um jovem da minha idade, perguntaram-me o que é que estava a dar em termos musicais, eu inocentemente sugeri o album dos GNR que rodava na altura - aquele com o mergulho para o rio na Ribeira -, pediram-me então se o comprava, e assim foi. Nesse Natal recebi de prenda um embrulho estranho, leve demais para o volume que ostentava, fui abrindo e do meio de uma carrada de papeis para encher saiu a dita cassete. Recebi também um leitor de cassetes daqueles só com um altifalante e que nem rádio tinham.
Resumindo: durante muito tempo tinha o leitor e só tinha uma cassete, o que fez com que esta seja talvez a música que mais vezes tenha ouvido , ou então esta, a minha preferida da cassete.


Cerimónias

Então. Sempre ouvi dizer a vida a dois é um osso duro de roer
e de enterrar e esgravatar para cheirar e confirmar o lugar
o asilo o lar doce lar
excepção feita aos onanistas
só ligam ás fotos das revistas

Tu lavas eu limpo
tu sonhas eu durmo
tu branco e eu tinto
tu sabes eu invento
tu calas eu minto
arrumas e eu rego
retocas eu pinto
cozinhamos para três
tu mordes eu trinco
detestas eu gosto
magoas eu brinco

Criámos sob um tecto um monstro de mutismo
e o tédio escorre das paredes como num túmulo para alugar para habitar
inventamos maldades por puro exibicionismo
suportamo-nos apenas por diletantismo
discussões de mercearia
só apagamos a luz ao nascer dum novo dia

-mas se me morres eu sinto-



Letra: Rui Reininho
In: "Psicopátria", GNR 1986

Comments:
oblá, tens que sacar o zé cid ou o quarteto 1111. Aonde está tu maria iglésias?
 
Também eu já tou a sacar, mas da mula....viva a pirataria (Egas)
 
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