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2005-08-31

Dia 2 (continuação)

Nesta fase, da localidade sabemos apenas o nome e as poucas referências que tiramos da net.
A direcção a seguir era agora Angouleme, e aí começariamos a seguir mais acentuadamente em direcção a nordeste. Foi também aí que andámos quase uma hora às apalpadelas até dar com o rumo certo. O rumo certo era, tão só, o que nos era indicado pelo viamichelin.com que levavamos de casa, apesar desta azelhice nossa ,e em 1.600 quilómetros foi a única, só temos a elogiar as indicações, perfeitas, o valor das portagens actualizadissimo, as referências aos radares de controle de velocidade, a caracterização dos completissima dos desvios, foi de uma utilidade preciosa que recomendo sem reparos.

Saimos apartir daqui para estradas secundárias, equivalentes às nossas estradas nacionais, parámos cerca de 100 quilómetros adiante em Bellac para almoçar, pelo que nos pudemos aperceber trata-se de uma localidade pequena, sem motivos de interesse turistico aparente, apresenta-se no entanto ao visitante muito bem tratada e florida como a maioria das localidades por onde fomos passando. Demorámo-nos mais do que esperavamos, o bife e as batatas fritas (french fries/frites) tardaram em ser servidos e os manos já saturados da espera preparavam-se já para estragar um calmo almoço de Sábado aos companheiros de sala. Fizemo-nos novamente à estrada eram 14 e 30, pelas nossas contas restavam cerca de 350 quilómetros, o que faria com que a andar bem, a parar só o essencial e com o trânsito a nosso favor chegassemos por volta das 18, abastecemos logo adiante e bebeu-se um café apressado, a noite pouco dormida começava a pesar, e foi sempre a rodar, os mais novos dormiram, o Raul quase a tarde toda, acordou faltava um punhado de quilómetros e como não lhe demos logo o lanche chegou ao camping aos berros. O ultimo ponto de relevo no mapa por onde passámos foi Moullins, daí para a frente começava a contagem decrescente eram só mais 80 km.

No percurso da tarde notou-se uma preocupação forte com a segurança rodoviária, a estrada até Moullins, não sendo nenhuma auto-estrada, tinha o piso muito bem tratado e o pavimento muito bem pintado, tinha apenas uma via em cada sentido o que dava para acelerar nas rectas mas obrigava a levantar o pé ao passar dentro das pequenas localidades e nos cruzamentos que iam aparecendo. Aqui e ali na berma da estrada começamos a notar a presença repetida de silhuetas humanas em tamanho real recortadas em placas de madeira, pintadas de preto e com manchas vermelhas na zona da cabeça, representativas de pessoas que perderam a vida nesses locais em acidentes de estrada.





Quase a meio caminho entre Moullins e Macon fica o desvio para Digoin, foi aí que saimos, dai seguimos para Gueugnon que ficava uma dúzia de quilometros mais adiante, aí ainda demos umas voltas para encontrar a saída para Issy l'evêque, recorremos por fim à ajuda de uma pessoa na berma da estrada que nos deu a preciosa ajuda para encontrármos o rumo para os últimos 16 quilómetros, entrámos então numa estrada visivelmente rural; alcatrão impecável mas sem bermas. Prados ainda verdes de um lado e do outro da estrada onde pastam pachorrentas as famosas vacas charolesas, não há falta de água, na berma da estrada não há terra a erva disputa com o alcatrão o limite da estrada, e pelos vistos com superioridade, nos dias seguintes haveriamos de nos cruzar com os serviços municipais a apará-la.




Issy l´evéque, à direita na berma apelo à dádiva de sangue.

Eram seis e pouco quando parámos o carro a porta do Camping l'etang neuf, 1.615 km marcava o contador, todos rotos, mas com forças para, depois de cumpridas as formalidades da recepção dar um mergulho prometido com os mais velhos na piscina de água salgada do parque.




A primeira impressão foi de alguma desconfiança, quem é que se dispunha a vir para tão longe da civilização, doze quilómetros para ir às compras em Luzy, não tem supermercado, apenas uns litros de leite para desenrrascar, bebidas e pão fresco todos os dias(fantástico pão de cereais e a baguete tradicional) encomendado no dia anterior até às sete, fora da rota de estradas principais, ainda por cima pagar logo à cabeça, ainda fiz algum bluff , sabendo-me sem qualquer disposição para procurar alternativa, pedi para ver os aposentos antes de pagar, impecáveis equipados para além das nossas necessidades, para além do essencial, torradeira, micro-ondas, maq.café, e a vista da piscina tirava quaisquer dúvidas.




O pagar adiantado repetiu-se também na estadia seguinte, portanto deve ser uso comum, se bem que já estivemos noutros parques em terras gaulesas e pagámos só à saída será talvez por ser haute saison.O bar funciona só ao almoço e apartir das cinco até às oito, às dez da noite silêncio, silêncio mesmo só o zumbir das cigarras é permitido.

Dia 3

Os planos para o dia seguinte eram fazer o menos possível, havia apenas que abastecer o frigorifico e depois era só Sol e piscina, mas a meteorologia trocou-nos as voltas; o dia seguinte amanheceu cinzento, e aquele sono no campo retemperou-nos daí que lá fomos laureá-la até Autun.

(continua)


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