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2005-09-01

Imagine um mundo com poucos homens. Pouquíssimos. E pobres. Paupérrimos. Vazios imensos entre um povoado e outro. Florestas, pântanos e brejos ainda entre um campo cultivado e outro. Nesse espaço ocidental europeu de cidades esvaziadas e penetradas pelo verde - sinal de abandono e recuo - há mil anos atrás a natureza ainda resistia: os homens mal dominavam a terra. Muitos trabalhavam o solo com suas próprias mãos. As ferramentas eram poucas, a maioria de madeira ainda. As famílias, a maioria de camponeses - mas também de escravos - viviam em choças. Trabalhavam unidas e a duras penas para retirar sua subsistência. De cada grão colhiam dois, no máximo três (DUBY, 1979: 13).



Os patronos das férias: S. Bernardo e D. Afonso Henriques

S. Bernardo nasceu em França no ano de 1090. Reformulou a Regra seguida pelos seus companheiros, dando origem à Ordem de Cister em 1113. A Ordem cresceu e foram fundadas quatro abadias, ficando S. Bernardo à frente do Mosteiro de Claraval. Aí, S. Bernardo exerceu as funções de Abade durante 10 anos, dedicando - se de corpo e alma à sua missão evangelizadora, estabelecendo uma Regra rigorosa. Com S. Bernardo o monaquismo reassume a sua verdadeira vida ascética, afastando - se da comunidade secular.
O rigor do cumprimento da Regra que se propôs seguir, a par do testemunho da sua fé e o grande número de livros que escreveu, de milhares de cartas e 300 sermões, tornaram S. Bernardo um dos mais conceituados santos do Cristianismo. A fama de santidade que o acompanhava para todo o lugar atraía muitos jovens à sua causa. Poucos anos depois de ter chegado a Claraval, a escassa dúzia de monges que fundara o mosteiro, tinha dado o lugar a 500.
Tudo o que fosse contrário à sobriedade e à humildade tinha nele um feroz crítico, não se inibindo de censurar violentamente a opulência que os monges da Ordem de Cluny, fundada por S. Bento, vinham seguindo, manifestando esse gosto pela riqueza, na arte e na liturgia.S. Bernardo exerceu uma acção decisiva na comunidade cisterciense, falecendo no ano de 1153, com 163 mosteiros fundados por toda a Europa.Os primeiros monges cistercienses entraram em Portugal pela região da Beira nos princípios do reinado de D. Afonso Henriques, provavelmente no ano de 1138.Alcançada a independência do reino de Portugal, em 1143, D. Afonso Henriques lançou - se na difícil missão de alargar o exíguo espaço nacional. Tornou - se imperioso avançar contra o território ocupado pelos muçulmanos e conquistá-los para a coroa portuguesa. O nosso primeiro rei organizou o seu exército e assaltou a cidade de Santarém. Ele sabia que a conquista desta fortaleza lhe abria o acesso a Lisboa. Então, fez a promessa a S. Bernardo, cuja fama chegara até ele pela voz de seu irmão bastardo, D. Pedro, de que se tivesse êxito na tomada de Santarém, doaria toda a terra para a sua ordem.Dois motivos terão levado D. Afonso Henriques a proteger a Ordem de Cister. O primeiro, de ordem familiar, através dos laços de sangue que uniam o nosso primeiro rei à região de Borgonha, na França, de onde o seu pai, o Conde D. Henrique, era natural. Uma vez que os cistercienses tinham grande influência junto dos príncipes borgonheses, não admira que Afonso Henriques quisesse atrair a sua atenção, numa altura em que precisava de todo o apoio para conseguir a independência do Condado Portucalense, fundando o reino de Portugal.Por outro lado, o novo país necessitava de agentes colonizadores que povoassem as grandes extensões de território, com fraquíssima densidade populacional.O primeiro mosteiro cisterciense fundado terá sido o de S. João de Tarouca entre 1142 e 1144. O rei português estaria interessado em apoiar os monges de Cister, a fim de conseguir o seu apoio para obter do Papa o reconhecimento da independência de Portugal, dada a grande influência que detinham na Cúria Romana. Este Mosteiro foi o ponto de partida da colonização cisterciense em Portugal.A concessão de carta de couto ao Convento de Santa Maria de Aguiar, por D. Afonso Henriques, em 1174, foi outra forma de promover o povoamento da região.


O que não podiamos deixar de ver




Cluny foi um dos maiores projetos monásticos de todos os tempos (Dia4)

ABADIA DE FONTENAY (Dia 6)
Fundada por São Bernardo, em 1119, Fontenay é uma das mais bem conservadas abadias da França. Utilizada como fábrica de papel durante a Revolução Francesa, a abadia encontra-se intacta quase como em seus primeiros dias. A igreja é de uma homogeneidade perfeita, em total harmonia com seus jardins encantadores.
Uma perfeição da arte romana, classificada como patrimônio mundial pela UNESCO.



A Gabriela no claustro da Abadia, já sem pachorra para aturar as explicações da guia, pode-se orgulhar de um raspanete em francês em tão distinto lugar: a relva era só para olhar...


VEZELAY (Dia 6)
A UNESCO elaborou uma lista dos santuários de nossa civilização. Vezelay consta como um dos primeiros da lista.
A cidade viveu seu apogeu entre os séculos X e XIII, quando centenas de milhares de peregrinos, príncipes, reis, imperadores, a visitavam para venerar as relíquias de Madeleine antes de partirem para Santiago de Compostela ou para uma cruzada.
Isto tudo foi suficiente para que Vezelay se inscrevesse para sempre na história do Ocidente com sua Basílica de Sainte-Madeleine, um testemunho de excepcional qualidade do que foi, na Borgonha, a floração dos séculos XI e XII.




O Raul pode-se orgulhar de uma refeição durante o ofício religioso onde S.Bernardo pregou a segunda cruzada, o Daniel para não ficar a perder deixou uma velinha nas relíquias de Madeleine (2 euros).




Comments:
Não sei se é da foto, mas a Gabi parece muito maior! Daqui a pouco está maior do que os pais.
Então aqueles gajos põe relva só para inglês (ou francês) ver? estamos bem arranjados.
Beijinhos.
 
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