2005-11-15
Já agora, que tentem também o director do jornal Público, os que têm assinado
artigos contra os professores na Revista Visão, e todos os outros, políticos
incluídos, que não sabem nada de aulas ao nível do secundário e do básico tais
como são hoje, mas pensam que sabem, só porque têm lá em casa uns meninos com
uns “furos” no horário escolar. Gente que- face às suas profissões absorventes e
que não estão em cheque, apesar de serem “altamente trabalhosas” - não apoia
certamente os filhos nos trabalhos de casa e não falam com eles todos os dias
por falta de tempo.
Todos invejamos os amigos que dão aulas e que são/eram donos de grande parte do seu tempo, não estando obrigados à escravatura do horário das nove às ... até quando calha, e que parecem estar de férias eternamente. Eu até poderei concordar com a ideia, mas isto não pode apenas parecer um castigo para os professores, e a forma precipitada como se pareceu querer inverter a situação, quase de um dia para o outro, deixa às vezes a ideia de que a motivação foi só essa; obrigar os professores a cumprir efectivamente um hórário de trabalho, é preciso mostrar que há vantagens para os alunos e também que as escolas tenham condições para aguentar com eles (professores e alunos) lá o dia todo e que os pais não tenham que fazer uma ginástica imensa para acompanhar tudo isto .
Na prática o que aconteceu foi uma puta de uma confusão na organização dos horários dos miúdos apartir do terceiro ano, a que acresce uma tensão dispensável na vida dos pais, que já têm que suplicar para sair mais cedo ou chegar mais tarde para levar os miúdos ao médico ou para irem às reuniões à escola, que, ou têm quem os vão levar às nove da manhã e buscar às cinco, e, com as pessoas a trabalharem até aos cem anos não há avós em casa como antigamente, ou então pagam um ATL para os ter lá uma hora por dia depositados. Por mim a professora Fernanda pode continuar a ir para casa à uma da tarde descansada, já deu cinco horas consecutivas da sua pachorra à causa.
