2005-12-02
Aproveitar que agora não se pagam direitos de autor
Aniversário
Fernando Pessoa(Poesia de Álvaro de Campos)
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
...
(segue aqui)
Eu pagava para ter visto isto, mas por estas bandas nem a pagar chegam estas coisas, só espectáculos importados. Aconteceu-me uma coisa curiosa: pela primeira vez comovi-me ao ouvir Helena Matos, normalmente irrita-me, ler o Menino da sua mãe nas notícias da Antena 1.
Aniversário
Fernando Pessoa(Poesia de Álvaro de Campos)
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
...
(segue aqui)
Eu pagava para ter visto isto, mas por estas bandas nem a pagar chegam estas coisas, só espectáculos importados. Aconteceu-me uma coisa curiosa: pela primeira vez comovi-me ao ouvir Helena Matos, normalmente irrita-me, ler o Menino da sua mãe nas notícias da Antena 1.
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