2006-06-30
WANTED
DEAD OR ALIVE
Atenção desempregados !
Il governo di Mosca ha messo una taglia di 10 milioni di dollari sui 4 diplomatici che erano stati rapiti e poi uccisi a Bagdad
Estas coisas, noutros tempos, faziam-se com algum pudor, recorrendo aos serviços obscuros dos da espionagem. Mudam-se os tempos e hoje com o exemplo daqueles que o deviam assiste-se à propagação da estratégia do faroeste.
2006-06-29
Eu e ela
Cobertos de folhagem, na verdura,
O teu braço ao redor do meu pescoço,
O teu fato sem ter um só destroço,
O meu braço apertando-te a cintura;
Num mimoso jardim, ó pomba mansa,
Sobre um banco de mármore assentados.
Na sombra dos arbustos, que abraçados,
Beijarão meigamente a tua trança.
Nós havemos de estar ambos unidos,
Sem gozos sensuais, sem más ideias,
Esquecendo para sempre as nossas ceias,
E a loucura dos vinhos atrevidos.
Nós teremos então sobre os joelhos
Um livro que nos diga muitas cousas
Dos mistérios que estão para além das lousas,
Onde havemnos de entrar antes de velhos.
Outras vezes buscando distracção,
Leremos bons romances galhofeiros,
Gozaremos assim dias inteiros,
Formando unicamente um coração.
Beatos ou pagãos, vida à paxá,
Nós leremos, aceita este meu voto,
O Flos-Sanctorum místico e devoto
E o laxo Cavalheiro de Flaublas...
Cesário Verde
Ao telemóvel
Do lado de lá da linha o melga vai esticando a conversa da treta.
Do lado de cá.
-Tá bem môr, amo-te muito môr.
(bzzzzzzzzzzz...)
-Ó môr, vou desligar que estou no metro e só estou eu a falar.
(desliga)
-dassss...
Do lado de lá da linha o melga vai esticando a conversa da treta.
Do lado de cá.
-Tá bem môr, amo-te muito môr.
(bzzzzzzzzzzz...)
-Ó môr, vou desligar que estou no metro e só estou eu a falar.
(desliga)
-dassss...
2006-06-26
Eu também
Por acaso tropecei ontem na notícia do DN, e o nome era-me familiar, mas efectivamente em nenhum lado se fazia a ligação do nome à muito saudosa GR, o que me fez ficar com a dúvida se seria a mesma pessoa, infelizmente aqui está ela desfeita.
um jornalista e reportér fotográfico que li com deslumbramento durante anos a
fio na Grande Reportagem
(...)
A notícia do DN que dá conta do acontecimento, trata-o com a
relevância que merece. Mas em nenhum ponto quer o jornalista que escreve a
notícia quer os seus editores parecem dar-se conta de que este é o Martin Adler
que tantos leitores portugueses tão bem conhecem.
Por acaso tropecei ontem na notícia do DN, e o nome era-me familiar, mas efectivamente em nenhum lado se fazia a ligação do nome à muito saudosa GR, o que me fez ficar com a dúvida se seria a mesma pessoa, infelizmente aqui está ela desfeita.
Onde quer que esteja o filho da puta que disparou aquelas balas, mais os filhos da
puta dos Tribunais Islâmicos implicados na sua morte, gostava que houvesse
justiça
2006-06-23
Jogos do mundial via net de borla.
GIGÕES E ANANTES
Gigões são anantes muito grandes.
Anantes são gigões muito pequenos.
Os gigões diferem dos anantes porque
uns são um bocado mais outros são um bocado menos.
Era uma vez um gigão tão grande, tão grande,
que não cabia. – Em quê? – O gigão era tão grande
que nem se sabia em que é que ele não cabia!
Mas havia um anante ainda maior que o gigão,
e esse nem se sabia se ele cabia ou não.
Só havia uma maneira de os distinguir:
era chegar ao pé deles e perguntar:
- Mas eram tão grandes que não se podia lá chegar!
- E nunca se sabia se estavam a mentir!
Então a Ana como não podia
resolver o problema arranjou uma teoria:
xixanava com eles e o que ficava
xubiante ou ximbimpante era o gigão,
e o anante fingia que não.
A teoria nunca falhava porque era toda
com palavras que só a Ana sabia.
E como eram palavras de toda a confiança
só queriam dizer o que a Ana queria.
(Manuel António Pina, O Têpluquê e outras histórias)
Eles gostam, eu também.
Gigões são anantes muito grandes.
Anantes são gigões muito pequenos.
Os gigões diferem dos anantes porque
uns são um bocado mais outros são um bocado menos.
Era uma vez um gigão tão grande, tão grande,
que não cabia. – Em quê? – O gigão era tão grande
que nem se sabia em que é que ele não cabia!
Mas havia um anante ainda maior que o gigão,
e esse nem se sabia se ele cabia ou não.
Só havia uma maneira de os distinguir:
era chegar ao pé deles e perguntar:
- Mas eram tão grandes que não se podia lá chegar!
- E nunca se sabia se estavam a mentir!
Então a Ana como não podia
resolver o problema arranjou uma teoria:
xixanava com eles e o que ficava
xubiante ou ximbimpante era o gigão,
e o anante fingia que não.
A teoria nunca falhava porque era toda
com palavras que só a Ana sabia.
E como eram palavras de toda a confiança
só queriam dizer o que a Ana queria.
(Manuel António Pina, O Têpluquê e outras histórias)
Eles gostam, eu também.
Já podem vir
À baixa sem calçado todo terreno, podem trazer inclusive os calções de banho, atenção aos mergulhos de cabeça, que a água pouco sobe acima dos tornozelos, tragam também o guarda-sol que as árvores ainda pouca sombra fazem, cadeiras também são precisas que as que há são poucas para as encomendas, a toalha pode ficar em casa, não há onde estender consequentemente o piquenique também fica.
Uma sala de visitas como manda o figurino, só para olhar, sem migalhas nem brinquedos de criança espalhados pelo chão.
Uma sugestão: duas cadeiritas confortáveis das que lá estão pregadas ao chão (que o povo não é de confiança), mais abaixo da poça de água bem no meio daquela ampla clareira empedrada, plantar lá os arquitectos numa tarde de verão, daquelas quentinhas.
À baixa sem calçado todo terreno, podem trazer inclusive os calções de banho, atenção aos mergulhos de cabeça, que a água pouco sobe acima dos tornozelos, tragam também o guarda-sol que as árvores ainda pouca sombra fazem, cadeiras também são precisas que as que há são poucas para as encomendas, a toalha pode ficar em casa, não há onde estender consequentemente o piquenique também fica.
Uma sala de visitas como manda o figurino, só para olhar, sem migalhas nem brinquedos de criança espalhados pelo chão.
Uma sugestão: duas cadeiritas confortáveis das que lá estão pregadas ao chão (que o povo não é de confiança), mais abaixo da poça de água bem no meio daquela ampla clareira empedrada, plantar lá os arquitectos numa tarde de verão, daquelas quentinhas.
2006-06-18
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Tabacaria - Álvaro de Campos
Artigo 58.º(Direito ao trabalho)
1. Todos têm direito ao trabalho.
2. Para assegurar o direito ao trabalho, incumbe ao Estado promover:
a) A execução de políticas de pleno emprego;
(Constituição da República Portuguesa)
Convém lembrar que isto é válido independentemente do programa eleitoral do partido do Governo, e que compete ao P.R. assegurar que se cumpra a C.R.P., e não esquecer que os eleitores têm o poder do voto, pelo menos de quatro em quatro anos.
Posto isto, é com muita azia que se engole a aparente passividade do Governo perante o recente caso da General Motors da Azambuja, tirem-se ao menos lições destes casos para o futuro, o que não podemos é continuamente ficar nas mãos desta corja de abutres. Já sei, a linguagem é panfletária e extremista mas, é difícil falar sobre isto com meias palavras.
2006-06-17
Festas no ego
Artful Deco leads Portugal into last 16
Portugal vence Irã e é sexto país classificado para as oitavas
-Pai, Cáli, Cáli.
É este o grito vigoroso que, por estes dias, à vista das bandeiras verde-rubras que enfeitam abundantemente as janelas, se repete, vindo do banco traseiro da viatura.
É este o grito vigoroso que, por estes dias, à vista das bandeiras verde-rubras que enfeitam abundantemente as janelas, se repete, vindo do banco traseiro da viatura.
2006-06-01
A propósito do dia da canalhada
Há uma fantasia que ano após ano se renovava nesse dia que era os autocarros serem de graça para os miudos, e lá iamos nós todos os anos indagar à paragem se era nesse ano que o boato era verdade, nunca foi. Hoje fiquei surpreendido quando vi anunciado no autocarro, borla para crianças até 12 anos no dia um de Junho, mais vale tarde que nunca.
Há outra que não tendo nada a ver com o dia da criança também nunca se concretizou, e também não vai ser agora, era a das matriculas, apanhava-se no ar a boca: registando carradas de matriculas num caderno ganhava-se isto e mais aquilo, a gente nunca se importava em saber onde se ia buscar o prémio, catavamos um caderno e um lápis a há que dar ao dedo, a caminho da escola, sentados nas soleiras à porta de casa não escapava uma, sempre a somar páginas e páginas delas, o meu sonho era o fato do Homem-aranha.
Há uma fantasia que ano após ano se renovava nesse dia que era os autocarros serem de graça para os miudos, e lá iamos nós todos os anos indagar à paragem se era nesse ano que o boato era verdade, nunca foi. Hoje fiquei surpreendido quando vi anunciado no autocarro, borla para crianças até 12 anos no dia um de Junho, mais vale tarde que nunca.
Há outra que não tendo nada a ver com o dia da criança também nunca se concretizou, e também não vai ser agora, era a das matriculas, apanhava-se no ar a boca: registando carradas de matriculas num caderno ganhava-se isto e mais aquilo, a gente nunca se importava em saber onde se ia buscar o prémio, catavamos um caderno e um lápis a há que dar ao dedo, a caminho da escola, sentados nas soleiras à porta de casa não escapava uma, sempre a somar páginas e páginas delas, o meu sonho era o fato do Homem-aranha.
Canção para embalar a passarada
É um standard do genero, mais informação googlar s.f.f.. Esta versão é de Lester Young.
A ilustração é deste site.