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2007-04-30


Há dois nomes que invariavelmente provocam um sorriso nos lábios, quando em certas latitudes o assunto em discussão é gestão autarquica - Fernando Gomes/Narciso Miranda -, ora, parece que há por aí uns problemitas na câmara da capital, é aproveitar que os senhores estão disponíveis.

Norte sejam bem-vindos!

...algo de novo o contributo de duas personalidades nacionais, no caso dois gestores experientes, ambos economicamente liberais e assim pouco amigos de interferências do Estado na economia, ambos tendo habitualmente trabalhado na capital e agora experimentando, pela primeira vez, o exercício da sua profissão em grandes empresas mas a partir do Norte

De modo extremamente simples, ambos identificaram as grandes diferenças decorrentes de trabalhar no Norte. A sua primeira surpresa terá tido a ver com o facto de, no Norte, o Estado e os funcionários públicos parecerem não existir - identificaram esta ausência associada a um viver sem "aquele aconchego", sem o "quentinho" da capital. Um segundo aspecto para eles notório terá sido o de se estar em face de uma população sem ordenados garantidos pelo erário público, largamente desempregada e com baixos salários, tudo isso conduzindo a que compre muito pouco e a que o comércio e a actividade económica em geral definhem. ...


Elisa Ferreira - JN

2007-04-29

Espécimes em vias de extinção

Vítima de represálias, Rostropovitch emigrou para ocidente em 1974, apenas voltando à Rússia em 1990, depois de ter sido reabilitado por Mikhail Gorbatchev, através de um decreto, e depois de ter tocado Bach, em Novembro de 1989, junto ao desmantelado Muro de Berlim.

Ver aqui.

2007-04-28


Literatura do terror



Tenho sido intimo desta gente, diria mesmo que tenho adormecido com eles. Tinha a pretensão de os reconhecer se se cruzassem comigo na rua, nada feito, são homens normais, aconchegam os filhos ao deitar, contam-lhes histórias, comovem-se com as manifestações artisticas, amam as suas mulheres ardentemente, sobra um traço comum áqueles que obedeceram, que é esse mesmo o de obedecerem, o de primarem pela eficácia nas obrigações de que são incumbidos, nem que essa obrigação seja encher comboios de gente para enviar para a morte.

Se eu fosse ditador, impunha a leitura obrigatória de todos eles, para bem da nação democrática e livre.



Entrada livre


"Por teu livre pensamento",histórias de 25 ex-presos políticos portugueses
Impressiona sobretudo pelas senhoras, agora já com aspecto de avozinhas, pensar no que elas terão passado num tempo em que as malhas da moral eram bem mais apertadas.
Nesta altura, tendo ainda bem presente a literatura do terror que me tem passado pelas mãos, os anos de cadeia destes extra-terrestres parecem até suaves, mas porra! 1, 5, 12 anos é muito tempo, dá para viver uma vida. O que faziam eles na cadeia? e na clandestinidade? (dezenas de anos muitos deles).
É no C.P.F., que é como quem diz na antiga Cadeia da relação, dê-se um passeio por todo o edifício, vale bem a pena tentar escutar o que as espessas paredes de pedra ainda têm a dizer. Há outra exposição interessante com fotografias de Lisboa de há 150 anos (1858), e mais uma outra para iniciados nos meandros da fotografia.
Porque é que estas merdas não aparecem nos magazines culturais da TV? Depois é claro, estão às moscas. Como me custa a crer que não haja um fax ou um mail para as redações dos jornais ou para as TVs, sobra-me a explicacão de que é muito longe de Lisboa para os jornais mandarem gente para colher material. Venha a regionalização, canais regionais de TV JÁ!

2007-04-27





Levanta Alzira os olhos pudibunda

Levanta Alzira os olhos pudibunda
Para ver onde a mão lhe conduzia;
Vendo que nela a porra lhe metia
Fez-se mais do que o nácar rubicunda:

Toco o pentelho seu,toco a rotunda
Lisa bimba,onde Amor seu trono erguia;
Entretanto em desejos ardia,
Brando licor o pássaro lhe inunda:

C'o dedo a greta sua lhe coçava;
Ela, maquinalmente a mão movendo,
Docemente o caralho embalava:

"mais depressa" – lhe digo então morrendo,
Enquanto ela sinais do mesmo dava;
Mística pívia assim fomos comendo.

Bocage

Os cravos nem ficavam nada mal com o cinza rato da fatiota.
Será alergico ao polen?l

2007-04-25

Há 33 anos, de súbito, o mundo abriu-se, (...) deixando à vista o tamanho, desmesurado como nunca, da esperança.(...) Como sonâmbulos, tacteávamos convulsamente o mundo e a vida à nossa volta...

Manuel António Pina no JN de hoje

P´ra que conste

Nós até iamos levar as crias ao 25/04, ainda passamos por lá na viatura, mas a chuva não deu tréguas. Seguimos, para outro culto mais abrigado que este da liberdade, para uma catedral de consumo.

25 DE ABRIL

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen

2007-04-14

Keith Richards: o homem snifou ou não as cinzas do pai?

Se o homem fez uma linha ou não com as cinzas do pai, isso agora não interessa nada, só o facto de a ideia lhe ter passado pela cabeça, faz dele um génio, talvez até um guru de uma nova religião. Comovente! Que forma mais intensa de comunhão, de prova de afecto, superlativamente genial.
Como é que isto pode indignar alguém ?

Boas notícias

Bandeira Azul estará nas praias do Porto em 2008

... a cidade tem que pôr à disposição da população as suas praias, considerando que a beneficiação da orla marítima assume um carácter social e económico. "Muita gente não tem condições económicas para fazer praia noutros locais", ...

Apoiado!
Venham agora parques infantis com fartura, S.F.F.!

2007-04-09

Dos poucos monumentos que foram cenário da fundação de Portugal, desde o tempo em que Afonso Henriques ainda estava em projecto, o Mosteiro de S.João de Tarouca é um deles. Dito isto, é começar a bater com força, muita, na falta de sinalização para lá se chegar, na falta de um centro interpretativo; quem lá chega percebe facilmente, pela imponência das ruinas que restam em contraponto com a pequenez do lugar, que aquilo já foi muito importante, o resto tem que adivinhar porque não há nada nem ninguém que explique o que quer que seja. Podemos também bater nos manuais escolares que limitam a história da fundação ao Castelo de Guimarães, bater também no regime Salazarista do Estado Novo que usou e abusou da história para propaganda auto-legitimadora. Enfim, é levar o trabalho de casa feito, porque de outra forma chegamos lá e o que está à vista é pouco mais que nada.

Desta vez atacámos a Beira pelo Montemuro, não é tecto do mundo mas à volta tudo o resto fica abaixo, vale a pena parar no cimo e olhar Portugal de Cima para baixo, a só o Marão ao fundo desafia o horizonte a norte, a sul a serra da Estrela descemos a Castro Daire e, às apalpadelas, seguimos para S.João de Tarouca. Passámos já quase ao lusco-fusco em Fonte Arcada o casco-histórico pareceu-me extrememente bem cuidado e coerente, placas informativas com fartura, pede e justifica mais tempo, que uma breve passagem de carro. Depois de pararmos brevemente em Sernancelhe, chegamos já noite e com chuva a Trancoso para jantar. Trancoso vale por si só uma visita a estas paragens, o centro histórico é grande, vivo e extremamente bem conservado.

Uma nota: O Domingo talvez não seja o dia ideal para passeios por estas bandas; as localidades estão quase desertas, os cafés fechados na sua maioria e achar um restaurante para jantar é uma proeza quase impossível. Falta muita divulgação, promoção, marketing, o que se quiser, falta a quem chega de fora sentir que é bem vindo.

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