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2005-07-31

Umbigo



31/07/2005 - Meio dia


Ia-me esquecendo dos créditos d"a bolacha", são do Sequeira que me enviou por mail. Quando tiver pachorra comento.

A Bolacha...

Era uma vez uma moça que estava à espera de seu vôo,na sala de embarque de um grande aeroporto. Como ela deveria esperar por muitas horas, resolveu comprar um livro para matar o tempo. Comprou, também, um pacote de bolachas. Sentou-se numa poltrona, na sala VIP do aeroporto, para que pudessedescansar e ler em paz. Ao seu lado sentou-se um homem. Quando ela pegou a primeira bolacha, o homem também pegou uma. Ela se sentiu indignada, mas não disse nada. Apenas pensou : "Mas que cara de pau ! Se eu estivesse mais disposta, lhe daria um soco no olho para que ele nunca mais esquecesse!!!"A cada bolacha que ela pegava, o homem também pegava uma. Aquilo a deixava tão indignada que não conseguia nem reagir. Quando restava apenas uma bolacha, ela pensou: "Ah. O que será que este abusado vai fazer agora?" Então o homem dividiu a última bolacha ao meio, deixando a outra metade para ela. Ah!!! Aquilo era demais !!! Ela estava bufando de raiva ! Então, ela pegou o seu livro e as suas coisa se se dirigiu ao local de embarque. Quando ela se sentou, confortavelmente, numa poltrona já no interior do avião olhou dentro da bolsa para pegar uma caneta, e, para sua surpresa, o pacote de bolachas estava lá... ainda intacto, fechadinho !!! Ela sentiu tanta vergonha! Só então ela percebeu que a errada era ela sempre tão distraída! Ela havia se esquecido que suas bolachas estavam guardadas, dentro da sua bolsa.... O homem havia dividido as bolachas dele sem se sentir indignado, nervoso ou revoltado, enquanto ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar dividindo as dela com ele. E já não havia mais tempo para se explicar... nem para pedir desculpas! Quantas vezes, em nossa vida, nós é que estamos comendo as bolachas dos outros, e não temos a consciência disto? Antes de concluir, observe melhor! Talvez as coisas não sejam exatamente como você pensa!Não pense o que não sabe sobre as pessoas.

Existem quatro coisas na vida que não se recuperam:

- a pedra, depois de atirada;
- a palavra, depois de proferida;
- a ocasião, depois de perdida;
- e o tempo, depois de passado".

2005-07-28

Ídolos

Eu segurava-os aos dois um em cada mão, eles ainda ensonados esperavam pacientemente os breves segundos que eu demorava a passar os olhos pelas primeras páginas dos jornais do dia no quiosque mesmo ao lado da porta.

- Ó pai! olha o que canta "és tão boa".

Onde ? o quê? perguntei eu um pouco incrédulo nos dotes fisionomistas da Gabriela, mas era mesmo, meio escondido pelos jornais, ali estava o homem da crista amarela.

2005-07-25

Viró disco

Duelo ao sol
Salão de festas - Sergio Godinho (1984)

Não sendo das mais badaladas, aparece com frequência nos concertos, é uma música com um ritmo forte daquelas que fazem S.G. correr o palco de uma forma energica tão ao seu jeito. Comprei o CD por causa do Salão de festas, que revivi um dia por acaso à pála da CGTP no ex-Cinema Terço, à pála... não foi bem, tive que gramar o Carvalho da Silva durante uns bons minutos. É daquelas músicas que se vão descobrindo com gosto depois de ouvir o CD umas quantas vezes.


2005-07-23

Deu mesmo há bocadinho na 2

(...)
Somos cinco numa cama. Para a cabeceira, eu, a rapariga, o bebé de dias; para os pés, o miúdo e a miúda mais pequena. Toco com o pé numa rosca de carne meiga e macia: é a pernita da Lina, que dorme à minha frente. Apago a luz, cansado de ler parvoíces que só em português é possível ler, e viro-me para o lado esquerdo: é um hálito levemente soprado, pedindo beijos no escuro que me embala até adormecer. Voltamo-nos, remexemos, tomados pelo medo de estarmos vivos, pela alegria dos sonhos, quem sabe!, e encontramos, chocamos carne, carne que não é nossa, que é um exagero, um a-mais do nosso corpo mas aqui, tão perto e tão quente, é como se fosse nossa carne também: agarrada (palpitante, latejando) pelos nossos dedos; calada (dormindo, confiante) encostada ao nosso suor.
(...)

Luiz Pacheco -( Comunidade)




Cinquenta minutos de serviço público bem empregues.



Era uma vez um arrastão

Que os jornalistam quando não têm notícias inventam, a gente já desconfiava, agora o que não faziamos a mais pequena ideia era que a PSP se deixava arrastar e alinhava no esquema.



ANJINHOS !



O filme visto agora, ultrapassa em comicidade o melhor do Gato Fedorento ou do Herman, é de partir o côco a figura patética dos pivots dos noticiários das três estações a explicarem tal e qual aquilo que não passou de uma miragem. Eram p'raí quinhentos, ...ou menos.

É muito preocupante a simplicidade com que se enganaram milhões de pessoas e, não fosse a investigação da Diana Andringa, talvez estivessemos ainda hoje a pensar que para Carcavelos ser Copacabana faltava apenas abundância de fios dentais.

Tenho poucas dúvidas de que merecia uma discussão mais ampla esta permeabilidade das pessoas ao que lêem escrito em letra de imprensa ou
vêem no pequeno ecrã, até porque é de acreditar que, tendo em consideração o menor destaque dado ao desmentido, gente menos atenta ainda tenha como certo que se verificou o dito arrastão. Acontece que, a ter lugar, tal fórum teria que ser a cascar na imprensa e talvez isso não interesse assim tanto .

Para a PSP, fica claramente a descoberto que haverá por ali gente sem preparação para o lugar que ocupa, é ver o comportamento cauteloso em termos de gestão da informação da polícia britânica no caso dos atentados recentes em Inglaterra, e ver o granel que foi causado pelas declarações apressadamente irresponsáveis da PSP, e que incluiu marchas de caracter racista, exposição negativa nos média internacionais, e valeram, apesar de tudo, os nossos proverbiais brandos costumes, porque a coisa poderia facilmente ter ido mais além em termos de conflitualidade social associada à xenofobia.

Tau-Tau

Há por aí muitos que acham que isto só vai lá com muito tau-tau, que as gentes se portaram mal; gastaram o que não tinham, lambuzaram-se em férias e viaturas topo de gama e agora estão afogados em prestações, tomem lá! muito tau-tau, que isto só vai ao sítio com alguém de pulso firme, que temos todos (ou quase) que penar muito, muito, muito por tão terriveis pecados. Para estes é uma má notícia a troca de cadeira nas finanças, o Ex, com o seu ar de quem se ri pouco, personificava na perfeição o pai austero, tão ao gosto deles, sempre pronto a arrear duas solhas bem aviadas, ou, numa versão mais cócó, dois açoites no rabo.

Eu, que já sou crescidinho , dispenso de bom-grado a minha dose, ainda por cima, p´ra mal dos meus pecados, sempre fui dos bem-comportados, nunca pisei o risco (e não ganhei muito com isso), punha sempre o dedo no ar e respondia certeiro e, quando era requisitado para ir ao quadro não fazia má cara, tenho documentos que atestam o meu bom comportamento: as minhas fichas de avaliação trimestral, que rezavam trimestres a fio; "é assíduo e pontual" entre outras sentenças bastante a meu favor.
Portanto, amigos do tau-tau, eu por mim passo.

Só uma coisa a que vamos estar atentos a propósito do tratamento dado pela imprensa ao prof.Teixeira dos Santos . A capital normalmente é pouco meiga para aqueles que não andaram juntos nas suas escolas e liceus e que agora são jornalistas, homens de negócios, políticos, ou somente comentadores encartados, enfim gente que na sua juventude frequentou os anos uns dos outros. Quero com isto chegar ao seguite: parecendo que não, esta coisa do mérito constroi-se mais vezes do que pensamos à custa da teia de relações que as pessoas vão construindo ao longo da vida, é que, é mais fácil deitar abaixo alguém com quem a gente nunca se cruzou ou terá pouca hipótese de se cruzar, alguém que nunca deu uma palavra amiga por uma prima que nem tinha muito jeito para o lugar mas..., alguém que dificilmente terá laços de parentesco ainda que remotos.

2005-07-18

Tenho muita pena

Mas quem não o viu gatinhar perdeu de vez a oportunidade, é que agora é só andar, é uma delícia apreciá-lo com os braços meio erguidos, vá-se lá saber se é para melhor equilíbrio ou para se defender de dar com o nariz no soalho, com passinhos curtos e sempre em aparente desiquilibrio correr tudo, já consegue mudar de direcção, transportar objectos sem se atrapalhar (muito). Hoje dei com a formiga a caminhar enquanto dava umas chupas no biberão do leite, é um domínio que só visto. Depois temos ainda o bónus de, quando nos intrometemos no meio do passeio e lhe oferecemos os braços abertos, ele acelerar o passo (ainda mais desiquilibrado) na nossa direcção como se estivesse à beira de ganhar os cem metros, e chegado até nós a satisfação dele (e a nossa) é a mesma de quem ganha uma medalha.


Ás vezes penso que deveria mudar o nome disto para Muro das Lamentações.

Contra a corrente

(...) o Governo, tem, obrigatoriamente, de ter um papel, decisivo, dinamizador, na economia. Se ficamos à espera da iniciativa privada... Nesse contexto, parecem-me do maior interesse iniciativas como os planos de investimento anunciados pelo Governo.
(...). Como pode um país com um défice deste tamanho, fazer investimentos avultados? A minha resposta é outra pergunta: devemos, então, ficar quietinhos à espera que o défice se resolva e que tudo à nossa volta apodreça.


A boa gente que acha uma heresia esta linha de pensamento está convenientemente resguardada dos solavancos da economia, daí que se possa dar ao luxo de advogar que se deixe funcionar o mercado, eufemismo para deixar passivamente cair a malta no esgoto.

2005-07-15

Efectivamente

Há alguns anos (quase vinte??) por alturas do Natal pediram-me um favor, queriam dar uma prenda a um jovem da minha idade, perguntaram-me o que é que estava a dar em termos musicais, eu inocentemente sugeri o album dos GNR que rodava na altura - aquele com o mergulho para o rio na Ribeira -, pediram-me então se o comprava, e assim foi. Nesse Natal recebi de prenda um embrulho estranho, leve demais para o volume que ostentava, fui abrindo e do meio de uma carrada de papeis para encher saiu a dita cassete. Recebi também um leitor de cassetes daqueles só com um altifalante e que nem rádio tinham.
Resumindo: durante muito tempo tinha o leitor e só tinha uma cassete, o que fez com que esta seja talvez a música que mais vezes tenha ouvido , ou então esta, a minha preferida da cassete.


Cerimónias

Então. Sempre ouvi dizer a vida a dois é um osso duro de roer
e de enterrar e esgravatar para cheirar e confirmar o lugar
o asilo o lar doce lar
excepção feita aos onanistas
só ligam ás fotos das revistas

Tu lavas eu limpo
tu sonhas eu durmo
tu branco e eu tinto
tu sabes eu invento
tu calas eu minto
arrumas e eu rego
retocas eu pinto
cozinhamos para três
tu mordes eu trinco
detestas eu gosto
magoas eu brinco

Criámos sob um tecto um monstro de mutismo
e o tédio escorre das paredes como num túmulo para alugar para habitar
inventamos maldades por puro exibicionismo
suportamo-nos apenas por diletantismo
discussões de mercearia
só apagamos a luz ao nascer dum novo dia

-mas se me morres eu sinto-



Letra: Rui Reininho
In: "Psicopátria", GNR 1986

O vergonhoso folhetim do mensalão brasileiro vem trazer um inesperado argumento contra a redução do número de deputados no parlamento, é que quanto maior o número de deputados mais difícil se torna comprá-los todos.

2005-07-12

Foi bonita a festa pá



Pena amanhã ser terça-feira, a cerveja também podia estar mais fresca, é o custo da festa a seguir ao fim de semana, o frigorifico está apinhado de tralha, para a próxima nem que andemos toda a semana a comer atum e salsichas, a cerveja há-de ter o lugar que merece reservado no frio.

Quase fomos surpreendidos pela voracidade da horda de convivas que por cá passaram, normalmente ficámos atulhados de comida que sobra para quinze dias, desta vez limparam tudo.

O aniversariante distribuiu charme e, não cedendo ao cansaço, aguentou firme até ao fim da festa, como bom anfitrião acompanhou os últimos convidados à porta.

Excusado será dizer que as bochechas foram massacradas todo o tempo com beijos do mais repenicado.

2005-07-11





O Raul já nasceu (há 365 dias).

Ponte a pé


09/07/2005-19:00 h

2005-07-09



É seguir sempre em frente, chegando às portas da igreja de S.Nicolau vira-se à esquerda caminha-de uma vintena de metros e volta-se à direita, já com o rio à vista, siga-se sempre em frente até não poder mais e, por aí, devem haver uns poisos onde se possa aliviar do calor desta noite (destas há poucas, há que aproveitar).
-Ó fachavor! o meu pode ser com um dedo de groselha.

2005-07-07

«Qualquer dia um gajo chega a casa e nem tem força p´ra foder»

Dizia alguém, visivelmente alterado, ao meu interlocutor do outro lado da linha. Concordo perfeitamente com a queixa, sugiro até mais ambição; reclamava também chegar a casa a tempo de jantar com as crias.
Como diria o defunto camarada Cunhal - O patronato apanha boleia do desfalecimento da economia para espremer o povo trabalhador.
E com isto vêm-me à memória ensinamentos sábios do Engº. Belmiro, desta vez no último prós-e-contras, não entendo, dizia ele, a exigências que as pessoas fazem em trabalhar menos uma, duas horas o que é que isso adianta, para depois ficarem a ver mais televisão. O contra-argumento, ainda que mais próprio do tempo em que não havia televisão, está no início. A lata deste Engº. em querer comandar o pouco tempo de liberdade que sobra depois de um dia de trabalho, tenha ele certeza que qualquer novela mesmo daquelas dobradas, ou qualquer jogo de futebol mesmo a feijões, são bem melhores que uma ou duas horas a esfregar os artigos no laser da caixa de um Continente.
É certo que todos temos que comer, e que o dinheiro não cai do céu, blá, blá,blá...mas também é certo que todos deviamos comer, senão pela mesmo medida, pelo menos por uma mais justa, e também não será menos certo que há vida para além do trabalho.


Dos que estiveram nos Açores faltámos nós.

2005-07-05

Ao camarada Fiel depositário

Já vi este filme

Há vinte anos o Live Aid apanhou-nos em cheio, naquela fase em que se respira a música dos tops, e como tal, foi com intensidade e muita crença que se acompanhou aquele dia de Julho de 1985, os cromos eram outros, parece-me a mim com bastante mais consistência que hoje, dou como exemplos Springsteen e Sting, que ainda por cá cantam, hoje as estrelas da pop são mais fugazes, vivem numa órbita apertada em relação às editoras que põe e dispõe das carreiras dos artistas fabricados nos estúdios.
We are the world ... foi o refrão que até ouvimos até ao vómito meses a fio no primeiro lugar do top de vendas.
Vinte anos é muito tempo e, perante uma situação que parece apenas depender da boa vontade de meia dúzia, feito o balanço , parece-me que infelizmente está tudo na mesma ou pior daí que pouco mais que indiferença e alguma sobranceria me tenha despertado o Live 8 de Sábado passado.
É preciso uma boa dose esperança para não atirar a toalha e dizer cinicamente «Até daqui a vinte anos».

Deste ângulo vocês nunca viram

2005-07-04

Viró disco

Banda sonora para proCRIAr.
Esta música ficou-me de uma novela: Sassá Mutema (personagem feito pelo Lima Duarte), ainda do tempo em que só havia uma de cada vez e dava para a gente fixar o nome, e sonorizava a encornadela do Francisco Cuoco à esposa ( que ainda roda nas novelas de hoje, mas da qual agora não me ocorre o nome), com uma rapariga que eu estou-lhe a ver a pinta mas o nome também me está a fugir nesta altura.
Do enredo ficou uma memória muito vaga, ficou-me esta tirada que já nem sei situar na história: «Quem matou o Juca Pirama?» coisas que ficam cá pelo sotão vá-se lá saber porquê.
Mas o que interessa mesmo é a voz fantástica da Marisa Monte no seu melhor.

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