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2004-04-29

O Polvo

Segundo a Visão de hoje, as estruturas locais ( de Gondomar) do PSD estarão enterradas até ao pescoço em esquemas de financiamento partidário ilícito, no âmbito das investigações da PJ - Apito Dourado.
Quem a esta altura poderá dizer - Eu avisei . serão Rui Rio, Pacheco Pereira e outros (poucos) dirigentes partidários que em devido tempo chamaram a atenção para as ligações perigosas entre a Política, o futebol e os empresários da construção civil. O menú inclui um cofre com dinheiro (muito) em casa de J.L.Oliveira, licenças duvidosas para obras, terrenos da autarquia, despesas do PSD pagas por este, e três meses de escutas telefónicas sumarentas. A confirmarem-se em julgamento as suspeitas podemos dizer que o que parecia era mesmo, só é, mais uma vez lamentável, que tenha acontecido durante tanto tempo nas nossas barbas e com o nosso dinheiro (pelo menos de quem paga os impostos).

Perdeu-se há dias na última revisão constitucional, cozinhada entre os grandes da política e o PP, uma oportunidade de, pelo menos, limitar estas tentações, que seria a limitação dos mandatos autárquicos, que, da forma como estão permite que, se eternizem no poder, construindo à sua volta redes de dependência que potênciam a corrupção e o compadrio, ficaram-se apenas por uma vaga declaração de intenções sem efeito prático aparente. Perante isto, apetece concluir que aos partidos ao centro que distribuem entre si o poder político no país, interessa manter o statu quo que, lhes permite obter á custa de favores públicos, financiamentos partidários para alimentar as campanhas políticas (os isqueiros, os aventais, os sacos plásticos, as feveras e o caldo verde, as camionetas para os congressos, etc).
Está-se desta forma a lavrar terreno, ao crescimento em força, dos discursos justiceiros das forças políticas que dominam as margens do espectro político, resta a consolação do PP ter votado a revisão, de outra forma seria possivelmente a próxima das bandeiras do PP de PP.

O ex-Terrorista



AP/ European Commission

O líder líbio Mohammar Kadhafi é apanhado pela objectiva enquanto passa por uma pintura exposta na sede da Comissão Europeia, em Bruxelas. Foi na terça-feira, 27, que Kadhafi, envolto em novas acusações de abuso dos direitos humanos, regressou à Europa, onde não vinha há 15 anos.

Visão



O Ex-Camarada



Eduardo Gageiro
Lisboa, 1975 Durão Barroso (ao centro, na foto) participa no protesto contra a prisão de Arnaldo Matos

Visão

2004-04-28

Outras crias à solta na rede


Agustin Pedregal - Argentina


Giovanna - Brasil


Gabriel - Brasil

1, 2, experiência (2)






A mana em Agosto de 2002, num fim-de-semana de relax na Casa dos Araújos (Mirandela - turismo habitação).

Liberdade para Isabel do Carmo e Carlos Antunes, estava escrito a pincel na parede da Ordem de S. Francisco, no sítio em que a Rua do Comércio do Porto que ladeia o edifício da Ordem recebe entroncada a Rua de S. João Novo, descendo esta, obrigatoriamente fitávamos essa frase durante algumas dezenas de metros, até que, chegando ao entroncamento virávamos para a esquerda ou para a direita, terei passado lá antes e depois de saber ler, a escola ficava a poucos metros e foi seguramente das primeiras frases que li, pelo prazer de experimentar o novo saber, indiferente ao conteúdo, como liamos os reclames das lojas, lembro-me de ir no eléctrico para a praia e de os saber a todos pela ordem, do Infante até à Foz e de competirmos entre nós para ver quem era o primeiro a dizer o próximo.
A Isabel do Carmo conheci anos mais tarde quando fazia uma rubrica sobre nutricionismo num programa da Teresa Guilherme (o Eterno Feminino), que eu via com gosto !! , e custou-me a ligar a figura de então à potencial terrorista que terá sido, surpreendeu-me que, por trás daquela figura aparentemente moderada que falava com conhecimento de causa, das hormonas, dos aminoácidos e das enzimas, estar alguém que terá ido quase até ás ultimas consequências pela vertigem de um mundo melhor.
A sua passagem pela prisão, não se deveu a cumprimento de pena uma vez que terá sido ilibada, segundo ouvi anteontem na Antena 1, daí que, também por isso não faça qualquer sentido a birra do PP em não comparecer à cerimónia da entrega da ordem da Liberdade, uma insígnia que pretende reconhecer o Mérito na luta pela Liberdade, ainda por acrescento sendo tão ardentes defensores da distinção pelo mérito.
Um aspecto curioso (uma heresia), defendido creio eu, pelas Brigadas Revolucionárias onde terão militado a Isabel do Carmo e o Carlos Antunes, que também ouvi defendido por Otelo estes dias na televisão, foi um sistema político, eventualmente á esquerda da PC, um tipo de democracia directa, sem intervenção de partidos políticos, de que desconheço os pressupostos filosóficos, mas ainda não é tarde, urge portanto alguma arqueologia sobre os movimentos políticos que pintavam a pincel as paredes, naqueles dias quentes de 74 e 75, dos quais apenas retive algumas siglas. Curioso porque, tendo retido apenas algumas figuras daqueles tempos, confesso que tenho alguma dificuldade em materializar um sistema político mais á esquerda, mais curioso ainda é o facto da História registar que o PC não terá ido mais longe nas suas pretensões devido a esses movimentos ultra-esquerdistas, que terão pulverizado as posições á esquerda, levando ao predomínio das correntes reaccionárias e fascizantes (terminologia datada), que nos governam até à data..



2004-04-27

...toda a fragilidade atrás de um muro...


Ouriços Vs Raposas (4)

Friederich Hegel

(1770-1831)

George Wilhelm Friedrich Hegel, filósofo alemão. Nasceu Estugarda. Aos 18 anos de idade ingressou no seminário protestante de Tubingen, para estudar teologia, onde conheceu e foi amigo de Schelling (1775-1854) e Holderlin.O pietismo, uma das correntes gnósticas do protestantismo, influenciou profundamente o seu pensamento.

Hegel foi um ilustre professor universitário de filosofia. Iniciou a sua actividade de professor em Berna, na Suiça, entre 1793 e 1796, e depois em Frankfourt, de 1797 a 1800. Foi depois mestre de conferências na Universidade de Iena (1801-1806), professor e reitor num colégio de Nuremberga (1808), depois professor em Heidelberg e finalmente em Berlim (1817-1831), onde permaneceu até à morte.

Filosofia

Hegel concebeu o modelo de análise da realidade que maior influencia teve ao longo de todo o século XIX e XX, nomeadamente em pensadores como Schopenhauer, Nietzsche, Marx, Kierkegaard ou Jean-Paul Sartre. A sua filosofia, que recusa a concepção filosófica de Kant, assumiu um carácter enciclopédico. Hegel debruça-se sobre domínios tão diversos como lógica,direito,religião,arte,moral,ciência ou a história da filosofia e em todos eles vê a manifestação do Espírito Absoluto que se materializa e revela através da História Humanidade.

Na filosofia hegeliana, parte do pressuposto que a negatividade é inerente ao real, o positivo só se realiza através negativo (ideia inspirada em Heraclito, mas sobretudo em Schelling). A dialéctica é o método que permite compreender e elucidar a racionalidade do real.


Outras fontes :

http://www.vidaslusofonas.pt/georg_hegel.htm

http://www.terravista.pt/IlhadoMel/1188/k.teses_sobre_hegel.htm

http://www.educ.fc.ul.pt/hyper/enciclopedia/cap3p7/romantico.htm


Outra fonte utilizada foi "O Mundo de Sofia" de Jostein Gaarder, editado pela presença, que, tratando-se de traduzir a filosofia para linguagem perceptivel pelo comum dos mortais como e o meu caso, nao encontro melhor.

De Hegel o que pude reter depois de ler, reler e treler as fontes citadas, foram os conceitos de Espirito do Mundo (Weltgeist) e de metodo dialetico, segundo ele pode concluir analisando a Historia, o mundo evolui de forma predeterminada em determinado sentido, tendo como impulsionador o metodo dialetico, que faria surgir do confronto dos opostos uma terceira via que aproveitaria o melhor das teses/antiteses em confronto, avançando-se assim por degraus sempre em direcçao a uma situaçao mais positiva que a anterior.

Penso que muita gente tem isto como dado adquirido, e olhando tambem para tras na Historia, a tentaçao de o concluir e grande, havera hoje menos fome, menos doenças, mais progresso tecnologico,..., no entanto a organizaçao social, reflectindo mais profundamente , apresenta-se de forma muito fragil, muito volatil, basta atentarmos nas franjas de radicalismo que proliferam pelo mundo fora, e na facilidade com que pegam de estaca, se bem manipuladas, por um qualquer lider populista.
Curiosamente, ou nao, tive consciencia desta fragilidade, pela mao de um dos arautos do Liberalismo em Portugal, o J.C.Espada, nas suas cronicas de ha uns anos as Segundas-Feiras no Publico.


1, 2, experiencia



Nova valencia que se acrescenta a Cria.
A foto e do mano mais velho e tera cerca de 5 anos, tirada pelo Compadre.
(Hoje nao ha acentos).

2004-04-25

25 de Abril de 1974


2004-04-22

O Aviz lembra o Tomaz António Gonzaga

um nome que por uma razão prosaica, se colou á pele, minha e dos que comigo cresceram.


Quanto fascínio e inveja

pelos que como a Ana, conseguem, com aparente facilidade, verter em palavras o que lhes vai nas entranhas (cabeça, coração o que quiserem) .

A propósito

um que me enviou a mãe da Cria,


VIAJAR! PERDER PAÍSES!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.


(FERNANDO PESSOA)

Os dias que faltam em baixo, são para uma semana de férias, no fim do próximo mês, já cheira a elas.

Faltam 32 Dias


Leveza



Tendo tropeçado numa revista de Windsurf ontem, revisitei um sentimento, há muito tempo afastado, o da leveza, como então o designámos (há cerca de 10 anos). Ir para a leveza, era sair á sexta-feira ao início da noite com a tralha do campismo, e voltar no Domingo ao fim da tarde, sem quaisquer afazeres planeados, a não ser o de fazer o mínimo possível, o que nos desse na real gana,absolutamente alheados do mundo, era chegar montar a tenda, as redes e ficar o fim de semana inteiro a sentir o tempo passar devagarinho, mesmo as refeições eram á base de snacks para não perturbar, tendo como ruido de fundo a ria de Aveiro de um lado, o mar revolto ao longe do outro e os pinheiros da reserva natural de S.Jacinto.

A imagem é de Cabo Verde, um dos tópicos tratados na revista enquanto locais apetecíveis para a prática da modalidade , outro que também me chamou a atenção foi a Cidade do Cabo (Cape Town), aqui mais pela rudeza do mar ,um local sagrado para a nossa História, os nossos Spirit andaram por lá.



Eis, o que pode encontrar uma pessoa quando procura uma simples foto de Windsurf.


2004-04-18

Faltam 84 dias

Os manos, mais absorventes, que o Evax ultra-ultra (aquele para os dias difíceis), deixam pouco espaço para a Cria, adivinhando já, os dias próximos de Julho em que deixarão de ser eles a prioridade. Entretanto vamos colecionando resmas de solhas e desaforos, para lhes soltarmos nesses dias de azáfama que se aproximam, e em que eles, seguramente, vão fazer finca pé á perda do privilégio da atenção.
A Cria vai dando um ar da sua graça intrometendo-se naquele abraço.

O fim-de-semana que estava destinado aos sogros, ficou sem efeito, ficamos por casa a tratar do ninho e dos passarinhos ( e dos peixes).
Social só no serão de Sexta-feira, os Costas vieram e trouxeram conversa animada até ás tantas, nós demos o já costumeiro chá, as crianças agradeceram, ficaram a pé até ás duas.
Chegamos à conclusão (eu e o Costa) que juntando esforços, eu dou a linha de telefone fixa e ele o equipamento, conseguimos ter a rede em casa, portanto um dia destes teremos uma sessão by night directamente do Ninho.

Relembrou-me ele este sítio (que neste momento não funciona), servirá para assinalar dentro de dias o aniversário (59º.) da libertação de Oswiecim.

Não encontro

Qualquer poema do Rui Belo que encaixe com as referências do F.Alves nos Sinais (TSF) de Quinta-feira passada.



Cheguei aqui hoje convencido que, iria partilhar aqui as palavras dessa crónica, mas não estava lá o texto só o som ( vale a pena ouvi-la aqui), maravilhado pude ouvi-la novamente pelos headphones, apesar do ruido de fundo entre o ucraniano e o português.
O texto enquadra-se na temática da validade da procura da utopia hoje, que animou a contenda entre o Aviz e o Terras do Nunca (ver ligações) de que dei notícia aqui recentemente.
O F.Alves assume-se cúmplice de uma geração que pensou que o mundo precisava de uma volta, e que tinham sido eles os escolhidos para isso, na ressaca dessa impossibilidade desagua depois em Camus, e parafraseando-o remata que, perante a impossibilidade de mudar o mundo, nos concentremos em evitar que ele se desmorone. Dito como é seu timbre, não desta forma seca, mas como música para os ouvidos.

Quanto á contenda, o Terras do Nunca deu esta réplica, que, apesar de carregada de algum pessimismo, me parece bastante válida, porque deixa a porta aberta para outros recomeços.

É assustador o que lembra o Aviz - as utopias como lugar de supremo totalitarismo. O que nos deixa tragicamente desamparados, entregues à vidinha.
Há um pessimismo na frase de Steiner que gostaria de recusar. Porque gostaria de pensar que, apesar de tudo, de todos estes séculos de pensamento e cultura em cima, ainda não demos a volta completa a nós próprios, ainda não fomos ao fundo, ainda não percebemos a verdadeira natureza do nosso ser. Temo, no entanto, estar errado.


Poema dum Funcionário Cansado

A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de empregado
Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo numa só noite comprida
num quarto só



António Ramos Rosa


Roubei-o à Lia aqui.
Quando procurava um do Rui Belo (explicarei acima o porquê).
A abolição da propriedade privada cumpre-se na rede, tudo é de todos, é claro que há sempre tinhosos a fazer habilidades, como por exemplo impedir o funcionamento do botão do lado direito do rato, a ética manda no entanto que se mencione a fonte.
O poema vai contra a artificial glorificação do trabalho, que se ouve muitas vezes da boca de alguns políticos, ladainha hipnotizante, não vá o povo acordar um dia e sacudir-se desse papel de Sísifo.
Que nem uma luva ...

...
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado...



Para que serve a filosofia?

...O homem económico toma conta de si, numa luta competitiva com os outros. Ora, se as pessoas pensarem que somos todos assim, sempre, as suas relações com os outros transformam-se; pois terão menos confiança nos outros, serão menos cooperativos e mais desconfiados. Isto muda o modo como interagem com os outros, o que acarreta vários custos. Irão descobrir que é difícil, e por vezes impossível, manter actividades cooperativas: podem ficar encurralados naquilo a que o filósofo Thomas Hobbes (1588-1676) chamou «a guerra de todos contra todos». Na vida real, essas pessoas terão um alto custo a pagar, pois estão sempre a pensar que estão a ser enganadas....

Texto retirado de Pense: Uma introdução à filosofia, de Simon Blackburn (Lisboa: Gradiva, 2000).


Na nossa rectaguarda houve muita gente que pensou as situações ao longo da História da humanidade, para evitar os mesmos erros, para não termos que partir do zero, resulta daqui a meu ver o interesse da Filosofia, e já agora da História. O texto (não este pequeno excerto) apresenta argumentos mais fundamentados a esse respeito.

2004-04-15

Muita gente vem aos blogues a esta hora da noite!

Que nem uma luva ...

Para encontrar o fio à meada

Se há diagnóstico tem que haver cura.
Ainda que seja esta.

2004-04-14

Cristo morreu,

Marx também e Lula vai pelo mesmo caminho, depois de tanta esperança nele depositada, mais um salvador da pátria que frustra as expectativas de quem ainda acredita na redenção da natureza humana.
Deposi da guilhotina, depois dos gulags, depois ..., mais um para dar argumentos áqueles que (como o Aviz)continuamente querem fazer querer que só temos a merda que merecemos.
Venha o próximo.

Sou de esquerda, detesto viver na desigualdade, abomino os privilégios de condição e desejo que as sociedades evoluam no sentido do aumento do poder dos que o não têm e da diminuição ou da contenção dos que o têm em excesso.

Não são minhas estas palavras a minha capacidade de síntese fica a léguas, (está mais próxima do discurso redondo do nosso presidente) são da crónica do A.Barreto Do Público de Domingo, é indispensável ler o resto. Sintomático do desfazer do preto/branco em que estavam transformadas as ideologias antes da queda do muro. Hoje parece cada vez mais difícil afirmar abertamente como ele faz - Sou de ... , perante a complexidade do mundo actual. Ainda assim se ser de esquerda é o que ele afirma, eu também quero ser.

Só eu é que sei

Mais alguém saberá, só, se vir por aí a circular por volta das cinco da tarde, o nosso Pandeireta, com a mãe ao volante e as crias atrás, ou então, se me vir ofegante subindo a rampa da Escola Normal por volta das oito e meia da noite.
Só eu é que sei, por isso é comigo que liga assim que chega a casa, para contar as suas aventuras ao volante.
Vão ter saudades deles no 20, as pessoas que lhes davam o lugar, a quem os manos calcavam, que teimavam em lhes acalmar as birras com guloseimas, que enfim já os tratavam tu cá tu lá. Já tem saudades a mãe desse stress, que agora trocou pelo do trânsito caótico do fim da tarde.




- x -



Ouriços VS Raposas




Iludido acreditei, que numa viagem de metro entre Matosinhos e a Trindade, conseguiria espremer Hegel (um ouriço), nuns textos que retirei da rede. Cinco páginas, cinco, que só terminei já em Sta.Catarina e apenas consegui decifrar uma ou outra ideia.

De Pushkin (uma raposa) também não me satisfez inteiramente o que consegui, pode-se concluir perante o que aqui deixei há dias, que terá sido alguém que teve uma vida cheia, que não foi apenas um espectador do seu tempo/espaço mas um actor empenhado.

Continuemos pois...



2004-04-11

Fantástica

A associação que no Barnabé se fez, do travestimento que o governo pretende fazer do 25 de Abril, com a Novilíngua do 1984 de Kafka. Ele há gente que pensa em tudo.



Hoje a nossa manhã passou por aqui, há que aproveitar o sol com que nos brinda a Prima.


Faltam 91 dias

O D ficou hoje surpreendido por o Mano Bébé nascer nú, então ia ver-se a pila, e que tamanho tinha ela, era assim pequenina ? perguntava ele, quase juntando o polegar e o indicador.


- x -

Tem estado morna

a actualidade noticiosa recente,
resta o caldeirão em ebulição em que se tornou o Iraque nos últimos dias,
resta o morticínio nas estradas ,

resta ainda no fim do mundo o estropiamento de pessoas sem voz em nome do mercado odioso de orgãos humanos, cerca de 500.000 euros é quanto poderá valer um corpo em pedaços, 100.000 por um coração, 30.000 por um rim,...
Uma actividade sem escrúpulos como esta, tem certamente o seu ninho em hospitais e clínicas onde o aceno com uma choruda conta bancária põe de parte qualquer tipo de ética.

O que dói é

Que gente como esta que não tem na solidariedade internacional quem a liberte do jugo da pobreza, se veja ainda assim rasteirada desta forma atroz.
Lavam as mãos alguns, abrigados no argumento de que estará nas mãos deles livrarem-se dos regimes corruptos de que são quase sempre vítimas.

Que alguém ache que pode sair impune desta sargeta, por se passar isto num mundo à parte que não chega às agências noticiosas, um mundo onde quem tem um olho é Rei, onde um maço de notas (poucas) compra tudo, desde a cumplicidade de uma dúzia de capangas, à daqueles que tudo deviam fazer para investigar até às últimas consequências.

Que como referiu há dias um repórter da TSF ,que investigou no local, não haja uma máquina fotográfica ao dispôr das autoridades locais de Nampula para fotografar os cadáveres.

Que seja necessária a morte mais que suspeita da principal voz das vítimas, para a sua mensagem Ter algum eco.


Restam pormenores por esclarecer no negócio da compra de aviões à Lockheed Martin,
Há também a tentativa desesperada do governo em nos fazer acreditar que já passou a fase da tanga, que não passam de propaganda os números da TAP ( haverá ainda quem acredite nos relatórios da empresas?), nas proezas do ministro da Saúde e dos seus Hospitais,S.A., na RTP que passou de besta a bestial em dois tempos .



Ao Domingo, a PT paga

Rezam os outdoors espalhados pela cidade. Numa tentativa descarada de aproveitar a seu favor uma situação a que foi forçada pelo contencioso com a Deco (que também é referido na publicidade mas a letras pequeninas). Ainda vamos ter que lhe agradecer esta benesse.
A serem honestos deveriam referir qualquer coisa como : Pedimos as mais sinceras desculpas por (mais)esta tentativa de chular os assinantes.
De realçar o papel que podem Ter associações de consumidores independentes como a Deco, e outras, no contrapeso ao poder do marketing do lado da oferta, absolutamente empenhado em nos vender na maioria das vezes nada mais que pura banha da cobra, bem embalada como convém, e que nós hipnotizados pela ilusão da livre escolha, engolimos sem pestanejar.
Associações deste tipo são definitivamente, mecanismos a ter em conta na filtragem da publicidade com que somos confrontados a todo o tempo.

Do Compadre

As desculpas a Saramago


A mim a crónica serve para relembrar

...o ambiente fétido do cavaquismo...
e
...Cavaco Silva é saudado como o novo homem providencial e autor de excelsas Autobiografias...

2004-04-07

Procurei ontem ao almoço na rede algo singular, que ilustrasse o teu aniversário, fotografias, palavras, em vão, nada satisfez o meu apetite por qualquer coisa absolutamente especial, de qualquer forma concluo, que especial, seria a minha presença mais assídua junto de ti, de corpo e alma,

parabéns MARIA






Almada Negreiros - Maternidade




2004-04-05

Faltam 97 dias



Tem sido intensa a actividade da Cria, ontem chegou mesmo ameaçar sair pelo umbigo, levou logo o primeiro correctivo, ainda faltam três meses para crescer, é difícil olhar para a enorme barriga e perceber como. Começa a aparecer a linea negris, para quem não sabe, é uma linha escura que se forma do ventre para o umbigo e que aparece nos últimos meses da gravidez .
Quanto ao fim-de-semana, tentámos estar por casa para pôr algumas coisas na ordem, fomos apenas desencaminhados pelo casal dos Compadres para o serão de Sábado, ao qual acorremos depois de alguma insistência, queixa p'ráqui queixa p'ráli as comadres descarregaram as suas mágoas, eu e o compadre descarregámos as nossas com um café, um carioca de limão e meio jogo de futebol, e alguns Portugueses que já foram suaves.
Os manos, como sempre, descarregaramaa sua energia nas paredes da casa, nada que não se remedeie.

A ilustração vem um pouco atrasada.



Rodrigo Emílio, poeta, ensaísta e crítico

EURICO DE BARROS
Rodrigo Emílio, poeta, ensaísta, crítico e polemista, morreu em Lisboa, no domingo, após doença prolongada. Tinha 60 anos. Rodrigo Emílio era o nome literário de Rodrigo Emílio de Alarcão Ribeiro de Mello, nascido em Lisboa, a 18 de Fevereiro de 1944. Era filho do poeta e crítico Rodrigo de Mello e bisneto, pelo ramo paterno, do poeta romântico Thomaz Ribeiro.

Bacharelado em Filologia Românica, e profundo conhecedor da literatura francesa, Rodrigo Emílio deixa uma vasta obra poética, parcialmente reunida em colectâneas como Primeira Colheita (1957-1972) ou Serenata a Meus Umbrais (1964--1974), esta incluindo ainda textos de reflexão e intervenção política e ideológica, bem como a «entrevista-depoimento» O Poeta que se Vestiu de Soldado, feita a propósito da antologia, de sua responsabilidade, Vestiram-se os Poetas de Soldados (1973), feita por ocasião do I Congresso Nacional de Combatentes do Ultramar. (O autor prestou serviço militar em Moçambique, entre 1968 e 1970, como alferes miliciano). Serenata a Meus Umbrais inclui ainda as letras de fados escritas por Rodrigo Emílio.

O autor colaborou também nos suplementos literários do DN, do Diário da Manhã , do Notícias, de Lourenço Marques e do Correio do Minho, entre outros, e em muitos semanários, quinzenários e revistas. Deve-se-lhe ainda a versão portuguesa do texto poético da opereta Canção de Amor, com música de Schubert, estreada no Teatro da Trindade, em 1963. Produziu também para a RTP os programas de poesia Vestiram-se os Poetas de Soldado e Sobre a Terra e Sobre o Mar.

Ganhou, entre outros, prémios de poesia e ensaio do Diário de Lisboa, do SNI e da Emissora Nacional. Foi igualmente distinguido com o prémio de Poesia General Casimiro Dantas da Academia das Ciências de Lisboa, referente a 1973, que no entanto não foi tornado público após o 25 de Abril, «em vista das escorreitas convicções políticas do autor», nas palavras do mesmo.

Podem ser lidos na Internet alguns inéditos de Rodrigo Emílio, nomeadamente nos blogues Último Reduto, Nova Frente e Sexo Dos Anjos.

O funeral de Rodrigo Emílio realiza-se hoje, às 16.00, para o cemitério de Parada de Gonta.


Notícia do DN de 05/04/2003


É-me difícil pôr esta notícia aqui sem ser sarcástico, cito apenas S.G. ( Gigante)

O fascismo é uma minhoca
que se infiltra na maçã
ou vem com botas cardadas
ou com pézinhos de lã



Está enorme a lua a esta hora vista daqui, parece pairar logo ali á frente, mesmo em cima da antiga casa do Compadre, com a silhueta ocultada ligeiramente pela folhagem alta do jardim do Marquês.
Noite de Lobisomem, correcção, no sítio em que está será antes Lobismulher .

Do Compadre


Foda-se!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Um homem, na casa dos 40 anos, morreu ao volante de um automóvel.
Subitamente. Presume-se por enfarte fulminante. Morreu a olhar para um
semáforo. Na Avenida de Gaia.
O carro esteve parado duas horas, com o motor a trabalhar, frente ao
sinal luminoso.
Durante esse tempo, ouviu-se um coro de buzinadelas, fizeram-se
ultrapassagens, chamaram-se nomes ao condutor. Ninguém estranhou que o
visado não reagisse. Ninguém se importou em saber porque o homem tinha a
cabeça pousada no encosto do banco, como se estivesse a dormir. Ninguém
parou. Ninguém quis saber.
Foi uma mulher que chamou a Polícia. Estava numa paragem de autocarro
e, perante tanto barulho, não achou normal a atitude do condutor.
A história, contada por um homem que veste uma farda, que se diz
autoridade e que foi testemunha de uma cena em que sobeja desumanidade,
custa a engolir. Mas é real. Aliás, chegou a fazer parte das participações
policiais. Lia-se "morte natural na via pública".
Ninguém se preocuparia em ler tal nota se não fossem os pormenores
acrescentados, com raiva na voz, pelo tal homem que veste farda e se diz
autoridade.
Habituado a enfrentar as mais incríveis situações, o homem de farda diz
que registou o episódio como o "caso" que mais o chocou como
agente de autoridade. Já lá vão 20 anos, acrescentou, repetindo sempre a
frase: "E ninguém parou!"


Margarida fonseca
jornalista(JN)


Ao comentário sintético, mas acertado do Compadre, acrescento que este é o tempo dos condomínios fechados, das portas com fechos de segurança, dos carros trancados nos semáforos, é o tempo do Darwinismo social, em que quem se consegue safar nesta selva, acredita que consegue viver em apartheid , daqueles que deixou ficar para trás fechando-se a sete chaves no seu paraíso privativo.

2004-04-02

Astronomia

A entrada no planeta estava avariada mas, já não está.
Invertendo o nome deste encontra-se outro muito mais quente, tórrido até, pontilhado de estrelinhas.

Faltam 100 dias

Nova consulta ontem no Sto.António, tudo como dantes, nos carris, desta vez só para ouvir o coração, e como bate, forte e acelerado. Resultados de análises anteriores dentro da absoluta normalidade.
Entramos amanhã nos dois digitos até ao final countdown.
Aproximam-se as consultas dos malfadados toques e apalpações, em que por onde a Cria há-de sair entram as mãos dos médicos ao seu encontro.



Uma nova frase soa: "Ja vsheh iebal, no vas ne pomniu" (Eu fodi-as todas, mas não me lembro de ti.), atribuída a Aleksander Pushkin

(I humped'em all, but I don't know who you are)

2004-04-01

Ouriços Vs Raposas

Pushkin



Alexsandr Sergueievitch Pushkin é conhecido como um dos maiores poetas russos, não só por sua obra, mas também por sua vida conturbada, curta e intensa.

Pushkin nasceu no dia 26 de maio (pelo calendário Juliano, usado na Rússia Imperial), ou 6 de junho (pelo Gregoriano), do ano de 1799, filho de um major reformado, da baixa nobreza russa. Aos 12 anos entrou no Liceu Imperial, permanecendo até 1818. Foi lá que tomou contato com as idéias "proibidas" da Revolução Francesa, pois se o rigoroso inverno e o Exército Russo haviam derrotado Napoleão em 1812, os pensamentos de liberdade e igualdade não reconhecem fronteiras ou campos de batalha.

Por causa de seu envolvimento com velhos colegas do Liceu, que pregavam a derrubada do Governo, Pushkin viveu de degredo em degredo, abandonando a capital São Petersburgo e a sua vida boêmia. Entre 1820 e 1824, ele ficou em Ekaterinoslav, sul da Rússia, tomando contato com uma natureza exuberante e com a realidade dos camponeses. Ali estava a "alma russa".

Por influência de um amigo, filho de um herói de guerra, consegue viajar pelo Cáucaso e Criméia. Encontra cossacos do Don, tchumakos, montanheses do Cáucaso. Deslocado para Kishinev, conhece outros povos: moldavios, gregos e eslavos balcânicos, a maioria fugindo da opressão turca. É nesse período que ele começa a escrever uma de suas principais obras, e talvez a mais conhecida: o romance em versos, "Eugênio Onéguin".

Nova transferência, dessa vez para Odessa, para tratamento com banhos de mar, mostram a fragilidade de sua saúde. Seu sustento é decorrente do trabalho como funcionário de baixo escalão do Governo, ligado ao militar que governasse a região onde se encontrasse. Escreve então o poema épico "Boris Godunov", além de uma infinidade de poemas menores.

Entre aqueles velhos amigos havia alguns "dezembristas", membros de uma fracassada tentativa de insurreição contra o Governo (14 de dezembro de 1825), com os quais foram encontrados escritos revolucionários de Pushkin, como a de "Liberdade". Chamado diretamente a Moscou, encontra-se com o Czar Nicolai, que se encanta com a argúcia do jovem e decide perdoá-lo, mas se torna seu censor pessoal. Tudo que o poeta escrevesse deveria ser levado primeiramente ao Czar.

Pushkin decide mudar-se para a sua querida São Petersburgo, tentando formar família. Escolhe, como sua consorte, à Natália Gontcharova, filha de um falido fabricante de papel, Gontcharov, cujas marcas d'água eram bem conhecidas do poeta. Com uma resposta dúbia por parte da família da noiva, em 1829, ele se engaja no Exército Russo e vai combater os turcos no Cáucaso. Mesmo na frente de batalha ele continua com suas idéias "revolucionárias", voltando a ter contato com alguns colegas do Liceu, que haviam trocado o degredo pelo combate como soldados. O Czar, após a tomada da fortaleza de Erzerúm, manda que Pushkin se retire do combate.

Na volta a São Petersburgo, Pushkin torna a fazer a corte à jovem Natália, além de herdar a propriedade de sua família, próximo a Bóldino. Por causa de um surto de cólera foi proibido de se encontrar com a noiva em Moscou. Diversas zonas de quarentena, no entanto, não acabaram com a comunicação entre eles; suas cartas chegavam ao destino, furadas e fumigadas pelas autoridades sanitárias. Nesse período escreveu "O Coveiro", "O Vigilante da Estação", "Princesinha Aldeã", o oitavo, nono e décimo capítulos de "Eugênio Onéguin" e a "Viagem de Onéguin", "A Casinha de Kolomna", "O Tiro", "Tempestade", "O Cavaleiro Avarento", "Mozart e Salieri", "História da Aldeia Goriúchino", "O Visitante de Pedra", "Festa no Meio da Peste", além de muitas outras obras.

Casou-se com Natália em 1831, mas como sua esposa se mostrasse uma grande gastadora, teve de hipotecar sua propriedade, entrando novamente no serviço público, trabalhando nos arquivos da história de Pedro I, o Grande. Dedica-se à prosa, economicamente mais viável, criando obras-primas como "A Dama de Paus" e "O Cavaleiro de Bronze".

A Sra. Pushkin passou a freqüentar a Corte em São Petersburgo e, com seu jeito alegre, sua vontade de dançar e sua risada alta e contagiante, atraiu a atenção de alguns admiradores, entre eles, o Barão Dantés, um oficial estrangeiro da Cavalaria. Os desafetos de Pushkin lhe mandavam escritos com ofensas a sua honra e a de sua esposa, o que levou o poeta a desafiar Dantés. Para escapar ao duelo, o barão casou-se com a irmã mais velha de Natália, mas nem isso dissuadiu Pushkin: o duelo seria às 16:30 horas do dia 27 de janeiro de 1837, na Ponte Troitzki. O estrangeiro se mostrou desleal e atirou em Pushkin pelas costas, antes da distância estabelecida. Mesmo ferido o russo atirou no oponente, que segundo suas testemunhas "foi salvo por um botão do uniforme", enquanto outros falam de uma couraça, que teria vindo de Berlim.

Pushkin sofreria até o dia 10 de fevereiro. Morria o poeta cercado de seus amigos, da esposa e de admiradores. Ele tinha, então, 37 anos.

A vida de Pushkin, por si só, já é um drama romântico, tipicamente russo: denso, realista e apaixonado.

Fonte

A Teogonia de Ferécides de Siro

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Do Compadre

Esta posta foi "fatiada" do JUMENTO .

QUEM PARTE E REPARTE E NÃO FICA COM A MELHOR PARTE....


Também há lá uma anedota engraçada sobre o Durão.

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